
O papa Francisco, hospitalizado com pneumonia bilateral e em estado "crítico", "passou uma noite tranquila", informou o Vaticano na manhã deste domingo (23).
A Santa Sé anunciou na noite de sábado (22) a alarmante notícia de que Jorge Bergoglio, hospitalizado desde 14 de fevereiro, sofreu uma crise prolongada de asma, que exigiu o uso de oxigênio.
Francisco, 88 anos, "passou uma noite tranquila e descansou", disse o Vaticano em uma breve declaração na manhã de domingo (veja abaixo).
O jesuíta argentino, chefe da Igreja Católica desde 2013, foi internado no hospital Gemelli, em Roma, com bronquite, que levou a uma pneumonia bilateral.
"O estado do Santo Padre continua crítico e, portanto, como explicado (na sexta-feira), o Papa não está fora de perigo", disse o Vaticano em um relatório médico na noite de sábado, acrescentando que seu prognóstico "é atualmente reservado".
O Santo Padre "permanece alerta e passou o dia em uma poltrona, embora esteja sofrendo mais" do que no dia anterior, informou o Vaticano na noite passada.
Os exames de sangue também "revelaram trombocitopenia (problemas hematológicos), associada à anemia, o que exigiu a administração de uma transfusão de sangue", acrescentou a Santa Sé.
Trombocitopenia é uma condição que ocorre quando a contagem de plaquetas no sangue de uma pessoa está muito baixa, o que pode causar problemas para parar o sangramento e pode ser fatal.
"O Papa está piorando", foi a manchete do jornal italiano Corriere della Sera na manhã deste domingo, enquanto o La Repubblica se referiu ao "dia mais sombrio" para o Vaticano.
"A situação está se tornando cada vez mais preocupante", disse Fabrizio Pregliasco, um importante virologista italiano, ao jornal La Stampa, acrescentando que "as próximas horas e dias serão cruciais".
Saúde do Papa
O pontífice foi internado no dia 14, após uma semana de bronquite. Já no hospital, passou por exames e foi diagnosticado com pneumonia bilateral.
De acordo com Gabriel Santiago, coordenador nacional de Pneumologia da Rede D'Or, quando se fala em pneumonia bilateral, significa que a infecção afeta os dois pulmões.
Esse quadro pode ser mais grave do que uma pneumonia "comum", que acomete apenas parte de um pulmão, sobretudo no caso do Papa. O médico lembra que o pontífice teve uma infecção pulmonar grave quando era jovem, o que levou à remoção de parte do pulmão direito, além da evolução para alterações chamadas de bronquiectasias, que são alargamentos dos brônquios e dificuldade de expectorar a secreção.
Ainda de acordo com o especialista, o mais importante nesses casos é garantir um tratamento adequado, escolhendo antibióticos específicos para as bactérias envolvidas, com o apoio de testes de sensibilidade desses micro-organismos. O objetivo é controlar a infecção e evitar a evolução do quadro com complicações ainda mais graves.