Por Alceu Moreira, deputado federal (MDB-RS) e presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG)
A sanção do projeto de lei que disciplina o uso de celulares e demais aparelhos eletrônicos nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil, de minha autoria no Congresso Nacional, representa um marco para o sistema educacional na era digital. E mais do que isso, o exemplo de uma política pública constituída a partir do diálogo e do equilíbrio.
Em pleno 2025, ninguém é capaz de negar os benefícios proporcionados pela tecnologia no processo de ensino-aprendizagem. Muito pelo contrário, será sempre imprescindível — inclusive, para tornar a sala de aula mais atrativa.
Mas no instante em que passa a ser um instrumento de distração, disputando atenção com os professores, se faz preciso moderar sua utilização.
Os recreios voltarão a ser um momento de socialização entre os colegas
Fizemos isso com profundo rigor técnico, consultando institutos e especialistas da área, cases de países que adotam algum tipo de restrição — como é o caso de Canadá, Finlândia e Suíça — e, principalmente, o que pensam os pais e professores, principais interessados no bem-estar e desenvolvimento pedagógico dos seus filhos e alunos.
Um estudo recente, elaborado pelo Nexus, comprova que esta é uma questão consolidada: 86% da população é favorável ao que propõe o projeto.
Os recreios voltarão a ser um momento de socialização entre os colegas; a classe, por sua vez, será de aulas muito mais assertivas, capazes de aguçar a curiosidade do aluno para que o conteúdo tenha a motivação da descoberta e contribua com suas perspectivas futuras.
Afinal de contas, é preciso lembrar que eles só terão seis, sete, oito anos uma vez, e esse período de suas vidas merece ser verdadeiramente aproveitado. A curiosidade é a mãe da inteligência.
Portanto, o que se passou a ter a partir de ontem, é a certeza de uma legislação responsável, construída a muitas mãos, acima de qualquer interesse partidário ou ideológico e que resguarda a meninos e meninas o direito à escola como um espaço de descoberta e vida.