Por Michel Gralha, advogado
O mundo moderno está estranho! No mínimo, exagerado! Ouvi estas duas afirmações de um amigo, muito preocupado com as relações humanas. As frases vieram após a leitura de mensagens de WhatsApp em que parentes se insultavam por temas sem qualquer relevância. Ou seja, por bobagem, instalaram-se inimizades.
Tomara que consigamos, como sociedade, desconectar por míseros minutos e refletir sobre nosso futuro
Pois é, curiosa a expressão: “estranho”, mas muito autêntica e atual. Realmente é assim que nos sentimos em vários momentos do cotidiano. Não há lógica em muitos debates e muito menos nas desavenças que se constroem de forma gratuita e desnecessária. Somos, cada um, individualmente, o dono da própria razão. Certos e intransigentes.
Neste aspecto, a tecnologia, que deveria ter “aberto” nossas mentes, acabou fechando. Notem, somos suricatos enterrados em nossos smartphones. Todos afundados em telas, formando opinião com base em conteúdos efêmeros e sem qualquer base cultural ou científica. E o que é pior, a partir disso, viramos pós-graduados em tudo e sobre tudo. Somos capazes de desenvolver teses incríveis em segundos e se discordam, não sabem de nada! E, para agravar, tudo que criamos reverbera, pois vivemos em vários grupos de conversação e redes sociais, num grande outdoor de aparências e emoções.
No mundo real, o virtual tomou papel mais importante do que deveria. Aliás, muito mais. E as eleições serão parte disso. Um despejar de informações, algumas sem sentido e que, certamente, levarão a debates acalorados. Então faço um convite. Vamos olhar para o “menu” de candidatos e tentar descobrir aqueles que poderiam, realmente, gerar valor para a sociedade. Que poderiam fazer dos poderes concedidos por nós uma potente arma contra desemprego, corrupção, fome e a favor da educação e do crescimento da economia, entre tantos outros desafios.
Tomara que consigamos, como sociedade, desconectar por míseros minutos, refletir sobre nosso futuro e escolher aquele que realmente fará a diferença no mundo real, porque nas cavernas do irreal, as aparências são enganosas e as promessas infindáveis.