Aquela sensação que começava a tomar conta de gaúchos e porto-alegrenses, de que o Estado e a Capital ficavam para trás na corrida pela inserção na nova economia, pode estar se dissipando. A nova injeção de ânimo, em boa hora, vem dos primeiros resultados e novos planos do Pacto Alegre, que durante a semana passada apresentou o balanço de seus projetos e as novas frentes que passarão a integrar a iniciativa que formalmente nasceu em maio com a missão de firmar uma união de esforços para dar um impulso à inovação, fomentar o desenvolvimento em bases sustentáveis e buscar uma melhor qualidade de vida na cidade, com o potencial de espalhar inspiração pelo Rio Grande do Sul.
Antes mesmo de completar um ano, o compromisso que deu origem à ideia do Pacto Alegre começa a se materializar, com projetos sendo colocados em prática
Talvez os grandes méritos do Pacto Alegre, além dos frutos dinamizadores que poderão ser colhidos no futuro, sejam os de promover um rompimento com a paralisia e estimular o espírito de colaboração, consumado na parceria que o sustenta entre poder público, universidades, empresariado e entidades da sociedade civil. Antes mesmo de completar um ano, o compromisso que deu origem à ideia começa a se materializar, com projetos sendo colocados em prática, como o Saúde Digital, banco de dados unificado que já incluiu em um sistema integrado todos os hospitais e postos públicos da Capital. Ou então Crowdfunding POA, proposta de um novo modelo de financiamento para startups. Imagem da cidade, atração de talentos, educação digital e ambientes de negócios são apenas alguns dos eixos definidos e com ideias em andamento que, seguramente, farão de Porto Alegre um lugar melhor para morar e trabalhar, com reflexos positivos para toda a população.
A intenção de criar um ecossistema fecundo para a inovação ramifica. O hub da saúde, liderado pela PUCRS, é um exemplo de como a cidade busca se consolidar em uma vocação natural dos grandes centros, focando em serviços e tecnologia. Outra iniciativa a ser saudada é o projeto de lei da prefeitura, enviado no final do mês passado à Câmara, que prevê a criação de um fundo municipal destinado a promover o desenvolvimento de startups que apresentem soluções para os problemas da cidade. Como toda metrópole, complicações não faltam em Porto Alegre. Um campo fértil, portanto, para a busca de saídas criativas. São iniciativas como estas que farão Porto Alegre estar presente no futuro.
Converter a cidade em um ambiente melhor para se viver passa por outras transformações. Entre elas, perseguir formas de torná-la mais aprazível para seus moradores e visitantes. Assim como fez o Pacto Alegre, é preciso rever modelos equivocadamente enraizados, como a sujeira visual que hoje faz parte da rotina dos cidadãos. Neste sentido, também merece o apoio da sociedade o projeto de lei do Executivo para banir outdoors, painéis e outros tipos de publicidade que apenas poluem a paisagem urbana da capital dos gaúchos.