Por Gedeão Silveira Pereira, presidente do Sistema Farsul
Incêndios em regiões florestais são fenômenos que acontecem regularmente em todo o planeta. Mas, parece que de toda a área amazônica, somente a parcela brasileira está sendo observada. Além disso, há uma tentativa de relacionar esses eventos aos produtores rurais. Coincidentemente ou não, esse fato acontece logo após a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que possui uma agricultura altamente subsidiada e sem condições de competir com o produto brasileiro. É o caso da França, que se mostrou resistente ao acordo.
Relacionar agressões ao meio ambiente com o produtor só demonstra total desconhecimento da atividade rural. Primeiro porque temos um dos códigos florestais mais restritivo do mundo em cima da produção no campo e o produtor é um obediente as regras da legislação. Além disso, a Amazônia, local da maioria dos focos, representa cerca de 60% do país e são terras do governo, não propriedades privadas.
Conforme dados divulgados pelo próprio jornal Zero Hora, o número de incêndios atual não é superior ao período da gestão FHC, por exemplo. Nas últimas décadas, o agronegócio brasileiro cresceu muito, uma verdadeira epopeia de um povo que pouco é referendado. Deixamos de ser importadores para nos tornar um dos maiores players do mundo atingindo quase duas centenas de países.
Isso é resultado de um aumento de produtividade sem quase alterar a área, demonstrando nossa eficiência. Dentro desse incômodo que o agronegócio vem criando começa a surgir um movimento que pretende coibir o crescimento do agronegócio brasileiro, com ataques constantes nos últimos anos. Estabelecendo uma luta interna ideológica e externa mercadológica.
Continuamos respeitando o meio ambiente. Fazemos aquilo que a lei determina e é preciso separar o legal e ilegal e cumprir o que determinam as regras. Esta é a nossa realidade e um pensamento do nosso setor. O acordo não beneficia o produtor brasileiro, mas prejudica o europeu. Hoje alimentamos o mundo inteiro com nossas carnes e nossos grãos, o que nos dá uma certeza: o mundo hoje não vive sem a agricultura brasileira, mas vive sem a agricultura francesa.