Por Ricardo Hingel, economista
A diferença entre empresas que dão certo e as que ficam pelo caminho está, certamente, na evolução de suas administrações. Qual a diferença entre um pequeno comércio de seu bairro que você conhece há décadas e algumas grandes redes de varejo que têm o mesmo tempo de vida daquela pequena empresa que não cresceu? Simplificando, certamente é a capacidade de gestão e do empreendedorismo de cada um.
Empreendedores que começam pequenos têm competência para tocar inicialmente seu negócio e precisam lutar permanentemente para se manter e tentar crescer. Algumas atingem um determinado porte e seus resultados demonstram competência para chegar onde chegaram. No percurso de sua expansão é que surgem necessidades crescentes em função do aumento da complexidade que a administração do negócio adquire. Aquele empresário que conduzia bem sua primeira unidade não necessariamente terá a mesma competência à medida em que seu empreendimento crescer. A dificuldade em se adaptar às exigências crescentes de cada empresa é que diferencia aquelas que seguem adiante das que ficam pelo caminho. Nem todos conseguem avançar novos degraus.
No extremo daquele pequeno comércio, estão empresas de maior porte que venceram, mas que, para se perpetuarem, terão que forçosamente qualificar suas estruturas administrativas. Evoluem do sócio-gerente para o grupo de diretores e chegam a seus conselhos de administração.
Os conselhos de administração são constituídos como a principal estrutura de comando das empresas e hierarquicamente estão acima da diretoria. Se a diretoria é quem deve operacionalizar as empresas, cabe principalmente aos conselhos definirem as diretrizes estratégicas das empresas e acompanhar e cobrar resultados. Marca registrada nestes órgãos são os cabelos brancos que predominam em seus colegiados, uma vez que são compostos preponderantemente por executivos com larga experiência em suas áreas, esperando-se destes, atalhos e visões estratégicas.
Empresas organizadas devem operar com o conhecido planejamento estratégico, com visão de longo prazo sobre seus rumos, com amplo conhecimento do mercado e do cenário econômico, com os meios necessários para trabalhar, abrangendo aspectos financeiros, tecnológicos, de pessoal, logísticos e de distribuição, além de seus riscos. A compreensão do mercado concorrencial é fundamental, pois o dinamismo do mundo moderno altera rapidamente as condições de competitividade. Nau sem rumo e sem marinheiro não chega a nenhum porto.