Por Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social do Tecnopuc e diretora técnica da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
Uma das coisas que mais cresce no planeta são os dados: 90% deles foram criados nos últimos dois anos e são guardados graças à tecnologia de armazenamento em nuvem. Infelizmente, cresce também a sua pegada de carbono. Só nos Estados Unidos, 2% da energia elétrica destina-se a manter servidores e centros de dados. E mais de 70% das empresas daquele país não têm política ambiental que contemple essa área. Espera-se que, além do uso de energias alternativas para manter essas nuvens, aumente sua eficiência e nos ajude a garantir o funcionamento das naturais.
Ori, Paul e Duda prestam serviços, contudo não são humanos. São, respectivamente, assistente financeira de um banco, tutor de uma instituição de ensino e agente de cobrança, e trabalham aqui mesmo, no Brasil. São assistentes virtuais desenvolvidos com uso de inteligência artificial, outra tecnologia que cresce em importância. Esperamos que esse desenvolvimento também acelere processos jurídicos, promova a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e ajude os profissionais da saúde a salvar vidas a partir de diagnósticos mais efetivos.
O volume de criptomoedas negociadas no Brasil caiu no último ano, apesar do número de corretoras que trabalham com esse produto ter aumentado. Isso revela uma instabilidade natural de inovações ainda em fase inicial de maturação já que, no mundo, estima-se um crescimento de 50% nas transações para 2019. E o que esperar do blockchain, a tecnologia por trás dessa inovação? Queremos que ela esteja a serviço da sociedade e dos mais necessitados. Como faz a ONU, quando a utiliza para identificar usuários do Programa Alimentar Mundial. É ainda um piloto, mas tem potencial para atingir as mais de 80 milhões de pessoas atendidas pela organização.
O que esperamos — e precisamos — é que as pessoas por trás das inovações olhem para as necessidades sociais ao pensar em suas aplicações e considerem seu impacto. Por que isso tecnologia nenhuma é capaz de fazer. E, por isso, “esperançar”: como disse um educador brasileiro, esperançar não é ficar esperando, é ir atrás, esperançar é construir!