O último debate realizado pela RBS TV entre os candidatos Eduardo Leite e José Ivo Sartori, que disputam o Palácio Piratini em segundo turno, contribuiu para conferir mais clareza às reais prioridades do Estado. Serviu também para evidenciar como os pretendentes ao governo do Rio Grande do Sul esperam resolvê-las a partir de janeiro.
A particularidade de, no primeiro turno, os eleitores gaúchos terem optado por propostas que não são antagônicas facilita o encaminhamento. Falta agora a Assembleia Legislativa, em sua nova composição, demonstrar que entendeu o recado das urnas e se mostrar disposta a fazer a sua parte para o Estado deixar para trás os entraves ao crescimento.
Entre as prioridades do Rio Grande do Sul, estão alternativas para o déficit orçamentário do setor público. Os desequilíbrios fiscais enfrentados hoje, em consequência de erros crônicos de gestões anteriores, impedem o pagamento em dia até mesmo da folha salarial dos servidores, além de dificultarem o custeio da máquina pública. Faltam também condições para investimentos em áreas que são prioritárias para a sociedade. Em consequência, o Executivo gaúcho atua hoje com servidores de maneira geral desmotivados, insatisfeitos com seus ganhos e com salários em atraso. No caso dos contribuintes, o efeito mais visível dessa situação é uma queda na qualidade dos serviços prestados pelo poder público.
Por isso, quem se eleger precisará definir-se de imediato sobre o regime de recuperação fiscal em negociação com o governo federal e sobre a privatização de estatais da área de energia. O eleito terá que se posicionar também sobre programas emergenciais, como o de concessões de rodovias. E precisará fornecer respostas objetivas para inquietações como as relacionadas à segurança pública e a retrocessos preocupantes na área de educação, que comprometem o futuro imediato do Estado.
Quem assegurar mais votos no domingo vai precisar negociar desde já, com os integrantes da nova Assembleia Legislativa, iniciativas para a retomada do crescimento do Estado. Os eleitores fizeram sua parte, definindo quem consideram mais capacitados para decidir sobre medidas de interesse do setor público, que precisa equilibrar logo suas contas. Agora, os políticos que farão parte da nova composição do Legislativo precisam demonstrar que estão preparados para o desafio.