Pontos factuais que impactam a memória cultural do Ginásio da Brigada e da cidade de Porto Alegre:
– Pelo seu valor como patrimônio internacional: o Ginásio da Brigada Militar foi construído com as mãos dos brigadianos, para sediar, no ano de 1963, a Universíade – jogos internacionais para atletas universitários pela Federação Internacional do Desporto Universitário (Fisu) –, e, pelo reconhecimento aos préstimos da corporação, pela certeza de que o prédio fosse mantido e se perpetuasse no tempo, bem como para sinalizar para a história do desporto tamanha efeméride, após o evento passou a integrar o patrimônio da Brigada Militar. O comitê da Universíade destaca o município de Porto Alegre e mantém farto material ilustrativo sobre o desbravador acontecimento.
– Pelo seu valor como patrimônio estadual e municipal: por longa data, o Ginásio da Brigada Militar foi o principal palco de grandes eventos do sul do Brasil, sediando espetáculos internacionais e servindo de sede para os maiores programas de competições esportivas, tanto pela sua capacidade de acolher a grande mídia quanto pela sua área destinada a plateias numerosas. Sendo passível de comportar eventos profissionais e amadores.
– Pelo seu valor educacional e arquitetônico: padrão de construção único da época, o Ginásio da Brigada Militar constituiu um polo de congregação dos cidadãos do Rio Grande do Sul, sendo ali realizados cursos e ações para promover a manutenção de atendimento à população, inclusive na área da saúde. Em virtude de sua ampla área construída, sempre foram possíveis modernizações e reformas de seus espaços, permitindo, entre outras conquistas, a criação da Escola de Educação Física da Brigada Militar.
– Porque facilmente pode ser conservado e mantido à disposição da comunidade: a mantença do ginásio é possível, por exemplo, por intermédio de um modelo simples através de convênio entre o Estado e a Fundação da Brigada Militar (inclusive já existe lei que regula esta matéria), que passaria a se responsabilizar por sua gestão. Já a recuperação e modernização de suas instalações tornam-se tangíveis com a venda de espaços publicitários, mantendo-o a serviço da comunidade e dos próprios brigadianos.
Facilmente pode ser conservado e mantido à disposição da comunidade
NILSO NARVAZ
Coronel da Reserva, representando o Colégio dos Ex-Comandantes-Gerais
– Ressalta-se que tal “modernidade”, decorrente da imagem fúnebre da demolição do ginásio, será demasiadamente triste, pois como foi dito, “nós antigos e saudosistas”, a inovação deve vir não pela destruição, mas, sim, pelo aprimoramento de um patrimônio que foi mantido ao longo dos anos, por todos os ex-comandantes e ex-governadores, que com responsabilidade e amor às causas brigadianas souberam preservar, até porque todos sabemos que empresas privadas estão ansiosas para se apossar do patrimônio público localizado em áreas de alto valor comercial e, assim, cumprir seus desígnios.
– Por fim, se o Poder Executivo utilizar a lei que regula a possibilidade do convênio, poderemos gerir aquele patrimônio e, por certo, levantaremos o ginásio e tantos outros imóveis da Brigada quantos necessários. Dando-nos esta oportunidade, estaremos unidos e logo o ginásio estará em pé, com saúde, força e vigor, preservando-se um bem de valor histórico para nossa cidade e nosso Estado.