* Vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre
Continuamente, no Brasil e no mundo, temos visto uma série de ataques aos parlamentos, mais recentemente o da Venezuela, invadido pelos aliados do presidente Hugo Chavez; o Senado da República, também ocupado pelas senadoras dos partidos marxistas e o da Câmara Municipal de Porto Alegre, que teve seu plenário atacado por uma liderança nefasta e equivocada do Sindicato dos Municipários (Simpa), dominada por membros do PSTU , PC do B e PT, o que, definitivamente, caracterizou um atentado à democracia. Ora, a Câmara de Vereadores é nada mais, nada menos que o conjunto da vontade social, são 36 parlamentares que representam os anseios do povo na sua forma mais abrangente e plural. Ofender e agredir verbal e fisicamente homens e mulheres que trabalham pela população é pisotear no direto de escolha das pessoas, do que é melhor para o conjunto, para a ampla maioria.
Pergunto-me, o que leva esse grupo de servidores a optarem pela violência para fazer valer sua vontade? Alguns caracterizam essa forma de agir como "simbólica" e "estética", adjetivos que acabam por transformar marginais em combatentes. A luta pela tolerância? Que tolerância é essa que prega o discurso do ódio estimulando o crime contra os que se opõe à sua agenda? Talvez seja mais acertado observar que essas pessoas se alimentem da ofensa. Dia desses recebi um vídeo que viralizou na internet, onde o filosofo Leandro Karnal diz que a ofensa é um fracasso pessoal. Apesar de discordar do acadêmico em alguns temas, considerei muito coerente essa observação. Ele ilustra, dizendo que, de acordo com o budismo, a ofensa é como uma brasa que você atira para queimar o seu alvo. Talvez você consiga, mas em 100% dos casos ela queima a sua mão, e você é o primeiro a embarcar na energia da ofensa.
Algumas situações fortalecem nossas certezas, que não são verdades absolutas, certamente, mas o eixo que nos guia em direção ao que julgamos ser o bom e o justo. Como pessoas, todos estamos predispostos a acertar e errar, mas alguns erros cometidos repetidamente ferem o princípio da evolução, de melhorar, de construir. Nessa pausa que o parlamento vive até o fim de julho, quando encerra o recesso, penso que seja sensato e coerente olharmos para o sentido legitimo da política: a arte e a ciência de governar, fazer escolhas, dar a diretriz, administrar e fazer com que vida humana seja garantida com dignidade e respeito.