* Empresário
Na infância e na juventude, somos especialmente ingratos. Emocionalmente frágil, com personalidade débil e em formação e ávido por ser aceito, o pequeno devota aos estranhos insensíveis de sua geração todo o respeito que deveria direcionar àqueles que lhe dão amor e conforto. E assim procede com relação a pais e familiares porque sabe que destes pode tripudiar, pois jamais reagirão com força. É essa a mesma relação entre os grevistas de 28 de abril e nós, a tal da sociedade. Entre todos os que conformam o comando dessas ações politiqueiras, não há quem não seja como uma criança birrenta e chorona que, a insuportáveis berros, dá pisões nos pés de pais bobocas e complacentes, incapazes de puxar a cinta e acabar com a manha. Estes têm a vida atrapalhada, não conseguem trabalhar, produzir, limpar a casa, fazer o que seja, porque estão às voltas com um pirralho enjoado, incapaz de ser grato por tudo o que recebe sem nada lhe ser exigido.
O estudante, destinatário de esforços paternos e facilidades estatais, para tudo porque "a situação está insuportável"; na barreira de pneus que ajuda a montar na estrada, impede papai de chegar a uma importante reunião e fechar um negócio, o que fará com que papai leve mais tempo para dar o novo brinquedo eletrônico que o jovem deseja. O sindicalista profissional, que pouco ou nada sabe de fato da profissão que diz representar, fecha a fábrica e atrapalha a produtividade de quem tem parte de seu salário surrupiada para bancar a atividade sindical. O professor engajado mal tem conhecimento para si, quanto menos para compartilhar; mas grita por direitos e vantagens que, no fundo, sabe não merecer. Quer, assim como o servidor do Judiciário, que vive com regalias e bons salários, uma paga que não lhe é devida. E todos se juntam, nas ruas e nos centros de poder, pressionando Legislativo e Executivo para que façam sangrar ainda mais os já exauridos trabalhadores – que são os pais esforçados e dedicados, mas bobocas e complacentes, dessa criançada inconsequente que, no fim das contas, está implorando para que algum adulto lhe imponha limites.