As dezenas de mortes registradas no maior presídio amazonense, incluindo casos de decapitação, e o número recorde de fugas em consequência de rebelião iniciada no domingo reafirmam que a crise carcerária segue como uma chaga aberta no país. O horror em Manaus desfaz os argumentos de parcela da população para a qual o caos nos presídios é uma questão meramente de interesse interno, de quem se encontra detido sob a tutela do Estado. Não é, pois diz respeito a todos. O episódio, comparável apenas à chacina de 1992 no Carandiru, em São Paulo, teve origem na disputa de facções que se fortalecem desde então, e hoje dominam as cadeias e as ruas. Além disso, a rebelião amazônica resultou em dezenas de fugas de apenados, atemorizando a população.
Editorial
O horror nos presídios