O tom das posses dos novos prefeitos na maioria dos municípios brasileiros, especialmente nas grandes cidades e capitais, foi o mesmo: corte de gastos e contenção de despesas. É muito fácil apontar a crise econômica nacional e a recessão como causas desse fenômeno, mas a verdade é que ele reflete, acima de tudo, a irresponsabilidade na gestão pública. Por décadas, governantes e câmaras legislativas foram relapsos nas suas atribuições, permitindo que o Estado brasileiro, em todos os níveis, inchasse de servidores e benesses que o contribuinte não podia sustentar. O resultado se vê hoje: a União dilapidada e as unidades federativas falidas. No Brasil inteiro, com raras exceções, os governantes municipais assumem sem saber como saldarão seus compromissos e os estaduais pedem socorro ao poder central, muitos endividados e alguns sem sequer pagar em dia os salários dos servidores.
Editorial
A degradação da administração pública