A falta de consciência de nossa morte gera um descompasso, um desleixo com a vida atual. A violência, a insegurança, o medo, a incerteza ao nosso redor, são causados pela descrença na continuidade da vida após a morte. O ateísmo gera um desprezo pelas atitudes cotidianas, não havendo nelas peso de eternidade, sem necessidade de terem responsabilidade. Viver por viver, aproveitar a vida como bem quiser, agir de acordo com a própria vontade e consciência trazem esse descompromisso com o presente e com a casa em comum. Vale o que me apraz, que me é útil e dá prazer e lucro no agora. Se o amanhã é incerto, é desprezível. Se descontínuo, posso fazer o que eu quero. Amar o outro não terá valor.
Artigo
Gerson Schmidt: desprezo pela morte
Padre e jornalista