Diante das dificuldades crônicas enfrentadas pelos Estados no combate à criminalidade, em boa parte devido às consequências do caos nas finanças públicas, são válidas todas as tentativas de união de esforços nessa área. A mais recente delas é a promovida pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que está disposta a liderar uma espécie de "coalizão" para facilitar o combate à criminalidade. O simples fato de partir do Judiciário já significa uma segurança para a população de que a estratégia será articulada dentro da lei, o que é essencial numa área tão espinhosa, com chances de garantir resultados mais eficazes.
A intenção, que foi tema de debate em encontro na última semana entre a presidente do STF e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, voltará a ser discutida em reunião do Conselho Nacional de Justiça, dia 28. O objetivo é analisar uma atuação conjunta entre o próprio STF, Conselho Nacional de Justiça, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Forças Armadas, pondo em prática um plano emergencial. O papel das Forças Armadas, até mesmo por imposições constitucionais, ficaria restrito às áreas de inteligência e logística.
Um dos Estados motivadores da iniciativa é justamente o Rio Grande do Sul, que esbarra em dificuldades para combater a criminalidade só com recursos próprios. A sociedade precisa acompanhar de perto a pretendida mobilização das instituições para facilitar a adoção de ações contra a criminalidade.