O despropositado acordão político que resultou na separação entre as votações da perda do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e a da sua inabilitação para o exercício público só pode ser visto com inquietação, pois agride frontalmente a Constituição, firmando-se como uma verdadeira pedalada jurídica. É evidente que essa deformação, urdida sorrateiramente no final de um processo de impeachment conduzido estritamente dentro da lei, constitui-se numa tentativa oportunista de políticos preocupados não em atenuar a pena para a dirigente cassada, mas, sim, em evitar o risco de serem pegos pela Justiça. O resultado é a criação de um imbróglio de consequências imprevisíveis.
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