Após o processo de impeachment, o Ibovespa passou a ser influenciado pelas expectativas de ajuste fiscal, reformas trabalhistas e previdenciárias, além do cenário internacional que tem gerado forte volatilidade. A indefinição quanto à próxima reunião de política monetária do FED, Banco Central dos EUA, também influenciou bastante o nosso mercado nesta última semana. A expectativa de elevação dos juros americanos acabou pressionando as bolsas internacionais, inclusive o Ibovespa, que encerrou a semana em queda de 1,6%. No mês, o Ibovespa está em queda de 1,4% e no ano em alta de 31,7%.
Enquanto o Congresso não vota as medidas de ajuste fiscal, o governo está empenhado no Programa de Parceria em Investimentos (PPI), que compreende 34 projetos e que terá financiamentos de R$ 30 bilhões de BNDES e Caixa. A avaliação das medidas foi muito positiva e mostra que o governo do presidente Temer está focado em destravar investimentos, gerando crescimento e emprego para o país. Neste novo formato de concessões, após a publicação dos editais, os leilões ocorrerão em um prazo de cem dias, dando mais tempo para a análise do projeto. Outra mudança significativa é que os editais só serão publicados após a obtenção da licença ambiental prévia. O governo pretende leiloar até março os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza.
Com relação ao ajuste fiscal, a principal meta será aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 241 que estabelece teto para os gastos públicos. A reforma trabalhista deve ser deixada para depois das eleições municipais, mas o que é positivo são as decisões e entendimentos que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem tomado recentemente, assegurando a prevalência de acordos coletivos entre sindicatos e empresas sobre a legislação trabalhista. Para o ministro Teori Zavascki, a própria Constituição admite que as normas coletivas de trabalho disponham sobre salário e jornada de trabalho. Com isso, o STF sinaliza que as decisões que o sindicato deliberou em acordos coletivos são legítimas, pois representam a vontade da categoria. Muitas vezes, os acordos coletivos eram contestados na Justiça e o trabalhador acabava ganhando causas trabalhistas indevidas.
Além destes fatores continuarem impactando a bolsa brasileira, a aproximação das eleições presidenciais nos EUA promete adicionar mais volatilidade aos mercados.