A segurança pública é uma das questões que mais preocupam os gaúchos. Além de conviver com o medo de ter sua propriedade invadida e seus bens surrupiados, há o pavor da violência com que muitas vidas estão sendo ceifadas pelos criminosos que o sistema não consegue tirar de circulação.
Amplamente discutido nas áreas centrais dos municípios, onde é possível perceber o número insuficiente de policiais e as consequências dessa defasagem, esse assunto não é abordado com a mesma profundidade em relação às áreas rurais, que abrigam centenas de famílias que não dispõem de sinal de telefone, de internet, tampouco, de agentes fazendo a ronda.
Há um custo muito alto quando um produtor abandona a agricultura em busca de melhores condições na cidade, mas também há um risco grande quando ele permanece no interior sem que seus direitos sejam assegurados.
Justamente para levar segurança ao campo, que projetos como o porte rural de armas deveriam ser mais discutidos pela sociedade. Não estamos falando de liberar o acesso às armas, mas de possibilitar que residentes em áreas rurais que atenderem a uma série de requisitos possam portar arma de fogo, visto que na maior parte dessas localidades o acesso ao socorro é ainda mais dificultoso.
Outro fator que castiga quem reside no meio rural é a falta de recursos para garantir a segurança do seu patrimônio, adquirido debaixo do sol ou quebrando geadas. São maquinários que, muitas vezes, foram duas ou três safras de trabalho para pagar. Cada vez que um animal é furtado ou sacrificado, significa que a renda de uma família está comprometida. Não somente pelo prejuízo do abigeato, mas porque seu sustento depende da produção do leite, do queijo e da carne que seriam comercializados. Por estar isolado e desprotegido, o agricultor vê sonhos de uma vida sendo arrancados.
Precisamos provocar discussões que possam trazer alternativas e respostas aos proprietários e trabalhadores rurais, sem esquecermos que há famílias que não estão sendo atendidas. E são elas, de fato, que fazem a roda da economia girar, já que o campo é a base de sustentação da cidade.