Quase oito meses depois de uma sucessão de manobras, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados conseguiu ontem, finalmente, aprovar o que, em muitos momentos, chegou a se mostrar impossível: o parecer que sugere a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão, com 11 votos favoráveis e nove contrários, só se tornou possível pelo gesto decisivo de uma até então obscura parlamentar, a deputada Tia Eron (PRB-BA), que vinha sendo pressionada a votar contrariamente, a ponto de não ter comparecido em votação decisiva na semana passada. Celebrizada nas redes sociais pelo voto decisivo, a parlamentar é um exemplo das dificuldades dos parlamentares de maneira geral em coibir desvios éticos de seus pares.
Editorial