Na série de entrevistas concedidas para um balanço de seu primeiro ano de gestão, o governador José Ivo Sartori reafirmou prioridade ao projeto de concessões de rodovias, como forma de encarar a precariedade de algumas estradas gaúchas. Um Estado sem a mínima capacidade de investimento e sem perspectivas imediatas de melhoria em suas receitas deve mesmo compartilhar seus planos com urgência, ou será imobilizado pelas desculpas e pela falta de verbas.
O projeto que facilita os processos depende agora da aprovação da Assembleia, que adiou o exame do assunto para depois do recesso. Desde já, porém, o governo gaúcho precisa mostrar-se determinado a enfrentar as restrições que persistem em relação a alternativas que implicam, é óbvio, a cobrança de pedágios. Entende-se a reação da população, que já se queixou, em gestões anteriores, de tarifas às vezes em desacordo com a qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias. Mas não há outra forma de manter rodovias e considerar a hipótese de melhorias.
Pelo projeto apresentado, o Executivo fica desobrigado de pedir autorização à Assembleia sempre que quiser conceder algum trecho. É um mecanismo que assegura maior agilidade ao Executivo, mas que deve ser usado com parcimônia, para que equívocos não venham a ser cometidos, sem a anuência do parlamento. Governos anteriores trataram a questão das estradas sem a determinação que as parcerias merecem, como única forma de contemplar demandas que, sozinha, a Empresa Gaúcha de Rodovias não conseguirá atender. O Legislativo tem o dever de examinar o projeto tão logo retome os trabalhos, para que a proposta tenha um desfecho com a urgência que merece.