Não tem jeito. Hoje, para ser professor, tem que amar, tem que ter vocação, ter sentimento. Caso contrário, não há sucesso. Não há processo de aprendizagem se o professor não se entregar, e se não há processo não há educação. Como educadora, sempre acreditei que educação de qualidade não pode começar no governo. Educação de qualidade começa no chão da escola, com gente comprometida. Quem faz educação de qualidade é professor e não politico. No momento em que professor esperar educação de qualidade vir do Estado, do poder público, ele pode esperar sentado. Políticos e seus seguidores tem mostrado que educação de qualidade não é o seu forte, isso se comprova através das diretrizes e normas que se modificam de tempos em tempos, mas que não altera em nada o dramático quadro educacional do país. Muitos alunos seguem analfabetos ao término dos anos iniciais, não dominam as quatro operações ao final do ensino fundamental e tem inúmeras dificuldades em produzir textos no Ensino Médio. Observe que, para ter uma educação de qualidade, nem sempre é preciso infraestrutura e recurso de ponta, mas sempre é preciso recurso humano, pessoas sensíveis à causa. Já vi professor cheio de sucesso que construiu uma carreira linda em uma escola modesta. Em contrapartida já vi professor bem formado, em escolas repletas de modernidade se transformar num fracassado. Então, não depende da escola, depende do profissional. Portanto perceba: qualidade tem a ver com subjetividade, com vocação, com vontade, se não for assim se torna quantidade. Qualidade é saber contagiar, estimular o pensamento, acreditar no ser humano que senta à nossa frente e pede uma chance de aprender, afinal, se o aluno é seu, se ele está em suas mãos, ele é de sua conta, e você deve agir. Sei que, agora, leitor, você deve estar questionando: E os indicadores externos? E as avaliações? E a base curricular? Os conteúdos? Objetivos? Qual o papel deles? Deixar de lado? Não...de maneira alguma, educação prima sempre pela aprendizagem, pelo compromisso com os indicadores e com o currículo. Acredito principalmente numa escola educadora, onde o aluno também incorpore suas obrigações, sejam elas educacionais ou sociais. Acredito nas diversas metodologias, cada um tem a sua, desde que ela surta efeito, é a melhor metodologia. Todas as formas de educar têm valor, basta que funcionem. E aí vai da criatividade de cada um. O que importa mesmo é acreditar no potencial de quem este imerso nessa busca, sem preguiça, sem medo, sem esperar de esferas superiores. Quem faz por vocação faz bem feito, faz com garra, com determinação. Forme o caráter, forme o ser, forme o humano e acredite: as oportunidades vêm, é só estar preparado. Parabéns professores, em especial a aqueles que fazem por vocação. Leia outros artigos sobre o Dia do Professor
Artigo
Lisielle Zanella: professor e qualidade
Pedagoga, membro da Academia Centro Serra de Letras
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