Por Anik Suzuki, jornalista e membro do Conselho Editorial da RBS
Passadas as eleições, começa agora um período decisivo para o Brasil, com mudanças que poderão redesenhar o nosso futuro. É um momento de grande desafio também para a imprensa, que terá o papel de retratar com equilíbrio, pluralidade e isenção fatos de grande repercussão na vida do país, em meio a expectativas e reações de uma sociedade diversa e fragmentada, que deixou suas mensagens muito claras na eleição mais apertada desde a redemocratização.
A transição de governo começa com o país ainda dividido, mas será fundamental que sejam encontrados pontos de convergência para que possamos avançar. Nesse sentido, a cobertura jornalística terá como missão acompanhar de perto os 60 dias de transição, os primeiros 30 dias do Executivo e a formação do novo Congresso Nacional, porque dessas articulações resultará o tom dos próximos quatro anos para o Brasil. Também deverá estar entre as prioridades mostrar os impactos dessas mudanças para a economia e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, onde o governador eleito, Eduardo Leite, e a nova Assembleia estão montando estratégias para enfrentar os enormes desafios que temos pela frente.
A cobertura jornalística terá como missão acompanhar de perto os 60 dias de transição
Informar, explicar e analisar as decisões e planos anunciados, fiscalizar as autoridades e os políticos, com olhar crítico para todos os lados, sempre no interesse do cidadão – que é o papel da imprensa – nunca foi tão necessário. Trazer para o debate as ideias, as demandas e as angústias diante da montagem e início do novo governo contribuirá no esforço de cicatrização das feridas eleitorais, em nome de um país melhor para todos.
A cobertura precisa trazer, ainda, a perspectiva brasileira sobre os fatos internacionais que também impactam o país, nossa economia interna, nossas exportações e o fluxo de investimentos externos, necessários para acelerar o crescimento. Além disso, o Brasil hoje é uma marca forte, admirada e com enorme potencial diante do mundo. Tudo o que é noticiado sobre nós gera interesse fora daqui, molda nossa reputação e cria oportunidades de aumentar nossa relevância no mundo.
Por tudo isso, a pergunta que precisamos responder agora é: como as mudanças que estão por vir impactarão nossas vidas, as empresas e o crescimento do país e do nosso Estado?