
"Um gênio das letras" e "um mestre universal da palavra". Amigos, escritores e autoridades do mundo todo lamentaram a morte do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa.
O governo peruano decretou "Luto Nacional no dia 14 de abril" e anunciou que posicionaria as bandeiras a meio mastro nas instituições públicas, segundo um Decreto Supremo divulgado à meia-noite.
A presidente do Peru, Dina Boluarte, afirmou que "seu gênio intelectual e sua vastíssima obra permanecerão como um legado imperecível para as futuras gerações".
Já o escritor peruano Alfredo Bryce Echenique, amigo de Vargas Llosa, afirmou que sua partida é "um luto para o Peru". Ninguém nos representou tanto quanto ele no mundo por sua obra em geral, sua teimosia, sua limpeza, sua enormidade", acrescentou.
Vargas Llosa morreu nesse domingo (13), aos 89 anos, em Lima, no Peru. A causa da morte não foi divulgada.
Repercussões pelo mundo
O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, descreveu Vargas Llosa como "mestre da palavra, grande cronista da América Latina e intérprete exponencial de suas rotas e destinos". Ele acrescentou que "sua profusa e profunda obra literária permanece como um enorme legado para a América Latina e o mundo".
Já o ex-mandatário colombiano Álvaro Uribe destacou, em postagem no X: "Mario Vargas Llosa faleceu, o mestre dos mestres. Nos deixa obra, admiração e exemplo. Nos deixa um rumo para o futuro".
"Entristecido ao saber do falecimento do grande escritor e intelectual peruano Mario Vargas Llosa", comentou na mesma rede social o subsecretário de Estado americano, Christopher Landau. Ele ainda disse que "seus temas e interesses eram atemporais e universais, como foi reconhecido pelo seu Prêmio Nobel de Literatura".
A Fundação Gabo, criada pelo escritor Gabriel García Márquez, lamentou no X "a morte de Mario Vargas Llosa, mestre da narrativa em espanhol e figura fundamental da literatura latino-americana. Acompanhamos sua família, amigos e leitores em seu luto".
O autor peruano manteve uma estreita amizade com o escritor colombiano, que também fez parte do boom latino-americano. Mas o relacionamento entre eles terminou abruptamente com um soco do peruano, envolto em mistério. "Deixe que os biógrafos cuidem disso", disse Vargas Llosa sobre o incidente.
Pilar Reyes, diretora editorial da Divisão Literária da Penguin Random House e diretora editorial da Alfaguara, também reagiu à morte do autor.
"É com infinita tristeza que recebemos a notícia da morte de Mario Vargas Llosa. Sua obra e seus pensamentos continuarão a nos iluminar. À sua família, minhas mais sinceras condolências. A Mario, toda a nossa gratidão por uma vida em que nos ajudou a ver mais longe", escreveu no X.
Repercussões na Espanha
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, descreveu Vargas Llosa como um "mestre universal da palavra". "Meu agradecimento como leitor por uma obra imensa, por tantos livros essenciais para entender o nosso tempo. Em nome do Governo da Espanha, envio minhas condolências à família e amigos e à grande comunidade de leitores e leitoras em todo o mundo", escreveu no X.
O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, destacou "um dos grandes nomes da literatura universal" durante uma entrevista televisiva.
— Todos nós temos um livro de Vargas Llosa em nossas memórias de jovens leitores" — adicionou.
A Casa Real da Espanha publicou no X uma foto do escritor com o rei e a rainha, agradecendo-lhe por "sua imensa obra". "O Olimpo das letras universais abriu suas portas para ele", acrescentou.
Em Madri, a Casa de América lamentou no X a morte de uma "figura emblemática do boom latino-americano" e destacou que a carreira do autor "foi marcada pela paixão pela literatura e pelo compromisso de explorar a condição humana por meio de suas histórias".
O diretor do Instituto Cervantes, Luis García Montero, agradeceu pela carreira "exemplar" do autor, a "qualidade de seus romances e pela lucidez de seus ensaios".
França também presta homenagens a Vargas Llosa
O presidente da França, Emmanuel Macron, prestou sua "homenagem" ao escritor nesta segunda-feira (14), quando descreveu-lhe como um "gênio das letras".
Vargas Llosa "pertenceu à França, através da Academia (Francesa), através de seu amor por nossa literatura (...) Com sua obra, ele opôs a liberdade ao fanatismo, a ironia aos dogmas, um ideal tenaz diante das tempestades do século", escreveu ele no X.
O autor peruano tornou-se, em 2023, o primeiro escritor sem uma obra original em francês a entrar para a Academia Francesa. A instituição para a promoção da língua francesa, fundada em 1635, emitiu um comunicado para informar sua morte.
"O Secretário Perpétuo e os membros da Academia Francesa estão tristes em anunciar a morte de seu colega, Mario Vargas Llosa, que faleceu em 13 de abril de 2025 em Lima (Peru). Ele tinha oitenta e nove anos de idade. Ele foi eleito em 25 de novembro de 2021 para ocupar a cadeira de Michel Serres (18ª cadeira)".