
O livro sempre é outra superfície, de Sandra Ling, destaca a interligação entre poesia e artes visuais, refletindo a trajetória da autora nas artes plásticas e no paisagismo.
A obra, que foi publicada em outro formato em 2022 e agora ganha edição da 7Letras, é dividida em três partes (Das Primaveras e Outonos, De Todas as Águas e Da Seiva Bruta), tecendo um paralelo entre os ciclos da natureza e os sentimentos humanos.
Diz o poema de abertura:
"que forma é outra
o encanto da folha morta
rasgaduras dobras
a flor desabrochada
é plenitude
uma revoada de tons
outono
a beleza desenha
olhar diverso"
No posfácio, o poeta, tradutor e ensaísta Guilherme Gontijo Flores destaca: "Ao longo dessa leva de páginas instáveis, a transição contínua de uma coisa em outras, sem estancamento temporal ou corte claro, é a marca tanto das imagens quanto da textualidade; de modo que, no limite, o texto vira imagem e a imagem vira texto".
Trajetória de Sandra Ling
Nascida em Porto Alegre, Sandra é poeta, artista plástica e paisagista. Desde os anos 1980, dedica-se às artes plásticas, tendo iniciado sua formação no Atelier Livre da prefeitura de Porto Alegre, sob orientação de Carlos Scarinci.
Nos anos 1990, aprimorou seus estudos em pintura com Dinah James no Pacific Art League of Palo Alto, na Califórnia, e estudou Desenho e História da Arte na Universidade Stanford.
Sandra é cofundadora do Instituto Ling, em Porto Alegre, ao lado do marido William Ling. Integra o conselho do Instituto e, juntamente com a curadora Laura Cogo, é responsável pela galeria de arte do espaço.

"Sempre é outra superfície", de Sandra Ling
- Editora 7Letras, 160 páginas, R$ 170, à venda no site da editora