A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quinta-feira (13), durante a coletiva de imprensa diária Mañanera, que poderá acionar os tribunais caso o Google não reveja a mudança do nome do Golfo do México para "Golfo da América" em sua plataforma de mapas nos Estados Unidos.
"Se o diálogo se esgotar, acionaremos os tribunais. Não permitiremos que nossa soberania e história sejam apagadas com uma simples mudança em um aplicativo", cogitou Sheinbaum.
A alteração, promovida pelo Google na última segunda-feira (10), segue um decreto do presidente dos EUA, Donald Trump, assinado logo após sua posse, em 20 de janeiro. A medida tem gerado reações dentro e fora do México. A Apple e o Microsoft Bing também atualizaram seus sistemas para exibir "Golfo da América" para usuários dentro dos EUA, enquanto em outros países o nome original foi mantido.
Sheinbaum reforçou a insatisfação do governo mexicano e afirmou que a mudança unilateral não tem respaldo internacional. "Não cabe a um país decidir sobre essa questão, e sim a uma organização internacional", disse a presidente, acrescentando que já enviou uma carta formal ao Google pedindo esclarecimentos e exigindo a reversão da alteração.
A mandatária descartou, no entanto, qualquer tipo de retaliação direta contra a empresa no país. Questionada sobre um possível bloqueio da plataforma no México, Sheinbaum foi categórica: "Não somos como eles, não censuramos".
O Google, por sua vez, declarou que usuários dentro dos EUA verão exclusivamente o nome "Golfo da América", enquanto no México a nomenclatura permanecerá "Golfo do México". Para outros países, ambos os nomes serão exibidos.
O Golfo do México, maior golfo do mundo, é uma região estratégica e de grande importância econômica para os países que o cercam, incluindo EUA, México e Cuba. Rico em petróleo e historicamente ligado ao comércio internacional, a mudança de seu nome pode impactar não apenas a geopolítica da região, mas também as relações comerciais e diplomáticas entre os dois países.