
O papa Francisco, 88 anos, hospitalizado em estado crítico, "dormiu bem", anunciou o Vaticano na manhã desta terça-feira (25).
"O papa dormiu bem a noite toda", afirmou a Santa Sé em um breve comunicado, no 12º dia de hospitalização do Pontífice em Roma, a mais longa desde que foi eleito sumo pontífice em 2013.
Ele trata uma pneumonia bilateral. Na segunda-feira (24), o Vaticano informou que o papa argentino teve "uma leve melhora".
"A condição clínica do Santo Padre, embora continue crítica, registrou uma leve melhora. Hoje não houve episódios de crise respiratória asmática; alguns exames laboratoriais apresentaram melhora", indicou a Santa Sé em um comunicado publicado na noite de segunda.
O comunicado esclareceu ainda que a insuficiência renal leve, diagnosticada no domingo (23), "não é preocupante".
Uma fonte vaticana afirmou algumas horas antes que Francisco conseguia se levantar e comer normalmente, não sentia dor e seu estado de ânimo seguia "bom".
O estado de saúde do líder da Igreja Católica, hospitalizado desde 14 de fevereiro, piorou no sábado com "um ataque asmático prolongado que exigiu oxigênio de alto fluxo", e problemas hematológicos que exigiram "a administração de uma transfusão de sangue".
Pedidos de oração e apoio de fiéis
Diante do hospital Gemelli, que já tratou da saúde de diferentes pontífices, muitos fiéis se aproximaram para acender velas com o rosto de Francisco em sinal de apoio. A Igreja pediu a todos os católicos do mundo que rezem pela saúde do Papa.
Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos — entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias —, o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tem a intenção de reduzir o ritmo de trabalho. Os médicos insistem que ele deveria interromper um pouco as atividades.
Inchaço no rosto do Papa
Nas últimas semanas, o inchaço observado no rosto do pontífice chamou atenção do público. Apesar dos problemas de saúde enfrentados por Francisco, não é possível afirmar a causa desta condição, considerando que o Vaticano não ofereceu detalhes sobre seu estado de saúde.
De acordo com Alessandro Pasqualotto, chefe do serviço de Infectologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia, diversos são os fatores capazes de provocar essa aparência pelo corpo.
— Esse inchaço não parece ter relação com a infecção atual e nem tampouco com os antibióticos que ele possa estar usando. Mas, sim, talvez denote a presença de outra condição de saúde, que não está clara e não está revelada — pontua.
Histórico de hospitalizações
Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos — entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias — o argentino manteve uma agenda cheia e declarou que não tinha intenção de reduzir o ritmo. Os médicos insistem que ele deveria reduzir um pouco suas atividades.
A hospitalização do papa, a quarta em menos de quatro anos, reacendeu o debate sobre sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que significa uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo papa.
Antes da internação na sexta-feira, Francisco pareceu debilitado, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões a seus assistentes a leitura de seus discursos.
Desde sua eleição, ele sempre deixou aberta a opção de renunciar caso a saúde o impedisse de continuar desempenhando suas funções, como fez o seu antecessor, Bento XVI, o primeiro papa desde a Idade Média a renunciar, alegando problemas de saúde.
O que é infecção polimicrobiana
As infecções polimicrobianas são causadas por diferentes bactérias atuando simultaneamente no organismo, podendo ser uma ação combinada com vírus, fungos e parasitas.
Ou seja, essa condição não é considerada uma doença isolada, mas sim um fator que pode complicar quadros já existentes. A condição não é rara e acomete mais as pessoas idosas.
Quando afeta as vias respiratórias, a infecção pode provocar sintomas como tosse, falta de ar, febre, fadiga e chiado no peito, semelhantes aos da pneumonia e de outras doenças respiratórias.