Centenas de argentinos compareceram nesta segunda-feira (24) a uma missa a céu aberto na praça de Buenos Aires onde o papa Francisco pregava contra a exclusão quando era arcebispo.
Jorge García Cuerva, arcebispo de Buenos Aires, presidiu a missa pela recuperação do pontífice argentino, 88 anos, internado desde o último dia 14 devido a uma pneumonia bilateral.
Cuerva disse que papado de Francisco "é um sopro de oxigênio para um mundo asfixiado pela violência, exclusão e o egoísmo". O lugar estava cercado de bandeiras da Argentina, imagens da Virgem e cartazes com frases como "Francisco, rezo por você".
A missa foi realizada na Praça da Constituição, a poucos metros de um dos principais terminais ferroviários de Buenos Aires, por onde circulam milhares de pessoas diariamente.
Nesse local, o papa realizou missas anuais quando era arcebispo, entre 1998 e 2013:
— Nesta praça, Francisco dizia que a nossa sociedade está cheia de homens e mulheres agredidos. Que algumas organizações ligadas ao tráfico e ao narcotráfico fazem dela uma fábrica de escravos, uma verdadeira moedora de carne — disse Cuerva em seu sermão.
Emocionada, a missionária Mariana Martinez, 49 anos, disse a AFP:
— Francisco foi o primeiro sacerdote com que cruzei no metrô. Sempre gostei de vê-lo próximo, com as pessoas. Por isso é meu mentor. Ver tudo isso deve ser para ele um grande afago no coração.
Participaram da missa organizações sociais e de combate ao tráfico de pessoas, e bombeiros voluntários, entre outros.
Pedidos de oração e apoio de fiéis
Diante do hospital Gemelli, em Roma, que já tratou da saúde de diferentes pontífices, muitos fiéis se aproximaram para acender velas com o rosto de Francisco em sinal de apoio. A Igreja pediu a todos os católicos do mundo que rezem pela saúde do Papa.
Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos — entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias —, o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tem a intenção de reduzir o ritmo de trabalho. Os médicos insistem que ele deveria interromper um pouco as atividades.
Inchaço no rosto do Papa
Nas últimas semanas, o inchaço observado no rosto do pontífice chamou atenção do público. Apesar dos problemas de saúde enfrentados por Francisco, não é possível afirmar a causa desta condição, considerando que o Vaticano não ofereceu detalhes sobre seu estado de saúde.
De acordo com Alessandro Pasqualotto, chefe do serviço de Infectologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia, diversos são os fatores capazes de provocar essa aparência pelo corpo.
— Esse inchaço não parece ter relação com a infecção atual e nem tampouco com os antibióticos que ele possa estar usando. Mas, sim, talvez denote a presença de outra condição de saúde, que não está clara e não está revelada — pontua.
Histórico de hospitalizações
Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos — entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias — o argentino manteve uma agenda cheia e declarou que não tinha intenção de reduzir o ritmo. Os médicos insistem que ele deveria reduzir um pouco suas atividades.
A hospitalização do papa, a quarta em menos de quatro anos, reacendeu o debate sobre sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que significa uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo papa.
Antes da internação na sexta-feira, Francisco pareceu debilitado, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões a seus assistentes a leitura de seus discursos.
Desde sua eleição, ele sempre deixou aberta a opção de renunciar caso a saúde o impedisse de continuar desempenhando suas funções, como fez o seu antecessor, Bento XVI, o primeiro papa desde a Idade Média a renunciar, alegando problemas de saúde.
O que é infecção polimicrobiana
As infecções polimicrobianas são causadas por diferentes bactérias atuando simultaneamente no organismo, podendo ser uma ação combinada com vírus, fungos e parasitas.
Ou seja, essa condição não é considerada uma doença isolada, mas sim um fator que pode complicar quadros já existentes. A condição não é rara e acomete mais as pessoas idosas.
Quando afeta as vias respiratórias, a infecção pode provocar sintomas como tosse, falta de ar, febre, fadiga e chiado no peito, semelhantes aos da pneumonia e de outras doenças respiratórias.