O Ministério Público da Colômbia prendeu na noite de quarta-feira o líder guerrilheiro de um dos grupos dissidentes das Farc e negociador de paz Andrés Rojas, conhecido como Araña. Ele foi detido durante uma reunião com representantes do presidente Gustavo Petro em um hotel de Bogotá.
Segudo o MP, havia um "mandado de prisão" em vigor com uma circular da Interpol.
O conselheiro presidencial de paz, Otty Patiño, chamou a operação de "armadilha" contra as negociações.
Rojas é líder dos 'Comandos de Frontera', dedicado ao tráfico de drogas e outros crimes na fronteira com o Equador.
O MP confirmou na rede X que "ele estaria envolvido no possível embarque recente de cocaína para os Estados Unidos".
Esta facção respondia às ordens de Iván Márquez, o ex-número dois das Farc que assinou o acordo de paz em 2016, mas anos depois voltou a se armar, alegando descumprimento do pacto.
O presidente Petro iniciou negociações com seus delegados em meados de 2024 em Caracas. Presume-se que Márquez tenha se afastado, mas alguns de seus delegados, como "Araña", permaneceram nas negociações e se autodenominaram "Coordenadoria Nacional do Exército Bolivariano".
No ano passado, o Equador incluiu "Araña" em uma lista de "alvos militares" de suas forças armadas.
Walter Mendoza, principal negociador dos dissidentes, disse que a detenção será "fatal" para o processo de paz.
"É uma prisão ilegal", declarou à Rádio Caracol.
* AFP