![ROBERTO SCHMIDT / AFP ROBERTO SCHMIDT / AFP](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/7/8/5/0/4/1/5_35dd5242d8f0c87/5140587_334ff8ab89650b1.jpg?w=700)
A agência de notícias Associated Press (AP) denunciou nesta terça-feira (11) que seu repórter foi excluído de um ato com Donald Trump porque a agência de notícias americana se recusou a adotar o nome "Golfo da América", conforme decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos no mês passado.
A mudança tem validade apenas dentro dos Estados Unidos, por isso, a agência internacional diz que não adotará o nome.
A editora-executiva da AP, Julie Pace, informou que na tarde desta terça-feira um repórter da agência foi impedido de assistir à assinatura de uma ordem executiva.
Pace disse que antes do evento a Casa Branca informou que "se a AP não alinhasse seus padrões editoriais com o decreto do presidente Donald Trump, seria barrada de um evento no Salão Oval".
Segundo Julie, é alarmante que o governo Trump puna a AP por seu jornalismo independente.
— Isso não apenas impede gravemente o acesso do público a notícias independentes, mas também viola claramente a Primeira Emenda — disse.
A decisão da AP
Em nota divulgada em janeiro, a AP informou que não adotaria o novo nome, ressaltando que o decreto do presidente americano valia apenas dentro dos Estados Unidos.
"O golfo do México tem esse nome há mais de 400 anos [...] A Associated Press vai se referir a ele por seu nome original, mas reconhece o novo nome escolhido por Trump", acrescentou a AP. "Como uma agência de notícias mundial, a AP deve garantir que os nomes e a geografia dos lugares sejam facilmente reconhecíveis por todos os públicos."
Trump também assinou um decreto que muda o nome da montanha mais alta da América do Norte (Denali, no Alasca) para Monte McKinley. A AP concordou em chamá-la por seu novo nome, porque ela "se encontra apenas nos Estados Unidos, e o presidente Trump tem autoridade para mudar os nomes geográficos federais dentro do país", explicou.