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O Ministério das Relações Exteriores do Egito anunciou nesta terça-feira (11) que o país pretende "apresentar uma visão global para a reconstrução" da Faixa de Gaza, assegurando que a população palestina possa continuar vivendo na região.
A proposta se opõe à sugestão do ex-presidente americano, Donald Trump, que havia declarado que os Estados Unidos assumiriam o controle da Faixa de Gaza e deslocariam forçadamente seus 2 milhões de habitantes para o Egito e a Jordânia, ameaçando suspender a ajuda a esses países caso não concordassem em colaborar.
O ministério informou que o Egito "espera cooperar" com o governo Trump para "alcançar uma solução justa para a causa palestina", mas quer apresentar um plano "que garanta que o povo palestino permaneça em sua terra".
Durante um encontro com Trump, o rei da Jordânia, Abdullah II, adiantou hoje que o Egito apresentaria um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza, que seria discutido entre líderes árabes.
Abdullah também afirmou que o país aceitaria receber crianças gravemente doentes de Gaza, mas que a prioridade é a estabilidade da Jordânia.
"Limpeza étinica"
Trump apresentou uma proposta para "limpar" a Faixa de Gaza e disse querer que Egito e Jordânia recebam os palestinos deste território como forma de alcançar a paz no Oriente Médio.
— Estamos falando de 1,5 milhão de pessoas, e simplesmente limparemos tudo isso — disse o presidente dos Estados Unidos à imprensa, referindo-se a Gaza como um "local de demolição".
Segundo ele, a medida poderia ser "temporária ou de longo prazo", hipótese que implicaria em violações claras de leis internacionais.
Ao ser questionado sobre as propostas do presidente Trump em Gaza, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, estimou que "qualquer deslocamento forçado de uma população equivale a uma limpeza étnica".