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O governo brasileiro afirmou nesta terça-feira (11) que não pretende entrar em uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas chamou as tarifas impostas pelo presidente americano às importações de aço de "unilaterais" e "contraproducentes".
— O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial — disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após um evento em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— O presidente Lula tem dito sempre, e com muita clareza: 'guerra comercial não faz bem para ninguém' — enfatizou.
— Medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global, que perde com isso, com essa retração, com essa desglobalização que está acontecendo — disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltando que o aumento tarifário de Trump "não é uma decisão contra o Brasil", e sim "uma coisa genérica, contra todo o mundo".
No fim de janeiro, o presidente Lula prometeu agir com reciprocidade diante de eventuais tarifas cobradas pelo governo Trump sobre os produtos brasileiros. Padilha baixou o tom nesta terça-feira: — Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça cada vez mais o livre comércio — disse.
A decisão
O presidente americano, Donald Trump, determinou na segunda-feira (10) a adoção de tarifas alfandegárias de 25% às importações de aço e alumínio, que vão entrar em vigor nesta quarta-feira (12), "sem exceções, nem isenções". Essas tarifas vão afetar duramente o Brasil, segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
Setores empresariais expressaram preocupação, mas esperam criar um espaço para negociações. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) pediu "uma solução negociada para preservar o comércio bilateral", que bateu recordes nos últimos anos.
Em seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço, mas depois recuou parcialmente. Seu governo "criou um programa de cotas para permitir a importação de aço e alumínio" sem tarifas, "devido à falta de poder da indústria americana para atender à demanda", explicou à AFP Jackson Campos, da exportadora brasileira AGL Cargo. Ele antecipa "uma negociação diplomática" do Brasil para tentar flexibilizar as tarifas.