O Exército israelense anunciou nesta segunda-feira (17) que permanecerá em cinco "posições estratégicas" no Líbano após terça-feira, data limite para a retirada de suas tropas do país, conforme estabelecido pelo acordo de trégua entre Israel e o Hezbollah.
"Dada a situação, deixaremos pequenos contingentes de tropas temporariamente posicionados em cinco pontos estratégicos ao longo da fronteira com o Líbano", declarou o porta-voz do Exército, tenente-coronel Nadav Shoshani, a jornalistas.
O porta-voz afirmou que essa decisão visa "continuar defendendo os residentes" da região e garantir que não haja nenhuma "ameaça imediata".
O cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah entrou em vigor em 27 de novembro, após dois meses de guerra aberta e mais de um ano de hostilidades transfronteiriças.
Pelo acordo, apenas o Exército libanês e as forças de paz da ONU devem se posicionar no sul do Líbano, e o Exército israelense deveria se retirar dentro de um prazo de 60 dias, posteriormente estendido até 18 de fevereiro.
Por sua vez, o Hezbollah deveria retirar suas forças ao norte do rio Litani, cerca de 30 km da fronteira, e desmantelar sua infraestrutura militar no sul do país.
O presidente do Líbano, Joseph Aoun, já havia expressado preocupação com o possível descumprimento do prazo por parte de Israel.
"Tememos que a retirada total não seja concluída amanhã", declarou Aoun em comunicado, afirmando que seu país está conduzindo esforços diplomáticos e que "não aceitará a permanência de nenhum israelense" em seu território.
O Exército israelense anunciou ainda nesta segunda-feira que matou um comandante do movimento palestino Hamas em um bombardeio contra a cidade de Sidon, no sul do Líbano.
O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Naim Qasem, declarou no domingo que é "responsabilidade" do governo libanês garantir a retirada das tropas israelenses.
Os bombardeios israelenses devastaram várias áreas do Líbano, especialmente os bastiões do Hezbollah no sul e leste do país, além dos subúrbios do sul da capital, Beirute.
O conflito deixou mais de 100 mil deslocados dentro do território, segundo a agência da ONU para as migrações, e as autoridades libanesas estimam que a reconstrução pode custar até 11 bilhões de dólares (R$ 62,8 bilhões).
* AFP