Um coronel das Forças Armadas do Equador, responsável por operações contra o narcotráfico, foi morto a tiros nesta sexta-feira (14) perto de uma penitenciária da cidade de Guayaquil, em um novo episódio de violência neste país assolado pelo crime organizado.
O veículo do coronel foi atingido por mais de 20 tiros, enquanto "ele viajava para uma cerimônia na cidade de Manta", informou Santiago Tuston, chefe de polícia na área.
Os homens armados "conseguiram alcançá-lo cerca de 200 metros antes de chegar à penitenciária e abriram fogo", acrescentou.
O motorista do veículo ficou ferido na perna e foi levado a um hospital.
O coronel Porfirio Cedeño era comandante do Grupo de Operações Especiais da Força Aérea Equatoriana (FAE).
Ele liderava operações militares contra o tráfico de drogas e máfias de sicários e extorsionistas que aterrorizam a empobrecida cidade de Durán, vizinha a Guayaquil e considerada um centro da crescente atividade criminosa no Equador.
O ataque ocorreu após as 7h30 locais (9h30 de Brasília), segundo a imprensa. Cedeño viajava em uma caminhonete cinza, que ficou no meio da via, com os vidros quebrados e várias perfurações nas portas, observou a AFP.
O ex-presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017) lamentou em sua conta na rede social X o assassinato de Cedeño. "Quando ele era capitão, foi por muitos anos parte da minha segurança e um querido amigo. Com ele, andávamos de bicicleta", escreveu.
A FAE expressou em um comunicado sua "repulsa de maneira enérgica e severa" pelo ataque.
O Equador se tornou, nos últimos anos, um campo de batalha entre várias gangues que se enfrentam a sangue e fogo pelas rotas da cocaína que saem em direção aos Estados Unidos e à Europa por meio de cidades portuárias estratégicas, como Guayaquil.
- Recompensa -
De acordo com a polícia, o coronel Cedeño costumava realizar seu trabalho no setor chamado Atarazana, no norte de Guayaquil, onde há uma base da Força Aérea.
Nesta sexta-feira, ele viajava para Manta para participar de uma cerimônia militar. Manta e Guayaquil, ambas localizadas na costa do Equador, são algumas das cidades mais atingidas pela violência do narcotráfico.
As Forças Armadas ofereceram uma recompensa - sem especificar o valor - para capturar os responsáveis pelo "ataque armado contra o pessoal militar".
A polícia recolheu mais de 20 cápsulas de bala no lado esquerdo do veículo em que viajava a vítima. De acordo com o relato policial, os pistoleiros também estavam em um carro.
O Equador é palco de crimes contínuos, apesar das políticas linha dura do presidente Daniel Noboa.
O país registrou um recorde de 47 homicídios por cada 100.000 habitantes em 2023. O número caiu para 38 no ano seguinte, segundo informações oficiais.
Esta nação de cerca de 18 milhões de habitantes se prepara para eleger seu próximo presidente em um segundo turno em 13 de abril, entre o atual presidente e Luisa González, apadrinhada por Correa.
* AFP