O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a Vladimir Putin, presidente da Rússia, nesta quarta-feira (22), que chegue a um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia "agora" ou enfrentará tarifas e sanções.
"Se não fizermos um 'acordo', e em breve, não terei outra escolha senão impor altos níveis de impostos, tarifas e sanções a qualquer bem vendido pela Rússia aos Estados Unidos" e outros países, alertou Trump em sua rede social Truth Social.
Trump disse que "não busca causar danos à Rússia" e que "sempre teve uma relação muito boa com o presidente Putin", um líder por quem ele expressou admiração no passado.
"Dito isso, vou fazer um grande FAVOR à Rússia, cuja economia está falhando, e ao presidente Putin. Recomponha-se agora e PAREM com essa guerra ridícula! SÓ VAI PIORAR", escreveu ele em letras maiúsculas.
Na terça-feira (21), ele disse em uma entrevista coletiva na Casa Branca que parece "provável" que aplicará sanções adicionais se Putin não se sentar à mesa de negociações.
O presidente americano também se recusou a dizer se continuaria a política do antecessor Joe Biden de enviar armas à Ucrânia para combater a invasão russa, lançada em fevereiro de 2022.
— Estamos analisando isso. Estamos conversando com (o presidente ucraniano Volodimir) Zelensky e falaremos com o presidente Putin muito em breve — disse ele na coletiva de imprensa.
Antes da posse na segunda-feira (20), Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia antes mesmo de assumir o cargo, levantando preocupações de que ele poderia forçar Kiev a fazer concessões a Moscou.
Em comentários críticos sobre Putin na segunda-feira, Trump disse que o presidente russo estava "destruindo a Rússia ao não fazer um acordo".
O republicano acrescentou que Zelensky lhe disse que queria um acordo de paz para acabar com a guerra.
Prazo de 100 dias
Conforme informações do jornal O Globo, Trump estabeleceu um prazo de 100 dias para que o enviado especial da Casa Branca, Keith Kellogg, encerre a guerra na Ucrânia.
Por outro lado, Zelensky reiterou que qualquer acordo de paz com os russos deve ser acompanhado de supervisão militar, solicitando um efetivo de 200 mil soldados europeus para a manutenção da paz. Zelensky tem reiterado que a Ucrânia deve ser representada em qualquer negociação com as partes internacionais para encerrar o conflito.
Em uma mensagem no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, na terça-feira (21), o líder da Ucrânia explicou que, considerando o tamanho do exército ucraniano em comparação com o da Rússia, “precisamos de contingentes com um número muito grande de soldados” para assegurar qualquer acordo de paz.