Dominique Pelicot, condenado em dezembro a 20 anos de prisão por drogar e estuprar sua ex-mulher Gisèle com homens desconhecidos, foi interrogado pela Justiça francesa nesta quinta-feira (30) para esclarecer seu papel em dois casos não resolvidos da década de 1990, disse sua advogada.
O homem, de 72 anos, é acusado em ambos os casos: um estupro e assassinato em Paris em 1991, que ele nega, e uma tentativa de estupro nos arredores da capital em 1999, que ele admitiudepois que seu DNA foi identificado.
"É um reconhecimento muito parcial", disse sua advogada, Béatrice Zavarro, a jornalistas antes do início de seu interrogatório.
As datas de ambas as agressões são bem anteriores ao início dos estupros com submissão química que ele cometeu entre 2011 e 2020 contra sua esposa. Esse intervalo de tempo gera temores de outras possíveis vítimas nesse período
Durante seu julgamento, entre setembro e dezembro, em Avignon, no sul da França, ele deu mais detalhes sobre os dois casos.
"Em relação a Marion,[o pseudônimo da vítima da tentativa de estupro em 1999], trata-se de mim", admitiu ele em meados de novembro durante o julgamento, diante das perguntas de vários advogados dos outros 50 réus.
"Tirei a camiseta, os sapatos e as calças dela, mas não fiz nada", disse ele.
Em contrapartida, ele nega veementemente estar ligado ao assassinato e estupro de Sophie Narme, em 1991, em Paris, apesar das semelhanças no modus operandi com o caso de Marion.
As duas vítimas eram jovens agentes imobiliárias de 23 anos, que foram abordadas por um homem que usava um nome falso para visitar um apartamento.
Ambas também foram despidas da mesma maneira e no local do crime de Sophie Narme havia um forte cheiro de éter, a substância usada para agredir Marion em 1999.
Contatada pela AFP, Florence Rault, uma advogada que representa as partes civis nos dois casos não resolvidos, disse que estava aguardando o final do interrogatório antes de comentar.
* AFP