O empresário investigado por envolvimento na morte da brasileira Emmily Rodriguez, 26 anos, que caiu do sexto andar de um prédio em Buenos Aires, na Argentina, foi solto pela Justiça. O homem estava preso desde o dia 30 e foi solto na quinta-feira (20).
Segundo a Folha de S. Paulo, o juiz Martín Del Viso, do Tribunal Nacional Penal e Correcional nº 31, concluiu que não havia indícios suficientes para a manutenção da prisão. O argentino Francisco Sáenz Valiente, 52, estava detido desde a manhã do dia 30, quando a modelo foi encontrada pela polícia nua no vão do edifício.
Os bombeiros chegaram a encontrar Emmily ainda com vida, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital. O corpo da brasileira, natural da Bahia e que morava há quatro anos na capital argentina, seguiu então para autópsia.
Valiente afirmou aos policiais que estava em seu apartamento com duas mulheres brasileiras. Além de Emmily, também estaria no local Juliana Magalhães Mourão, 37, que é amiga de ambos. Ainda de acordo com o argentino, os três haviam bebido álcool, e Emmily, já após a saída de Juliana do apartamento, teria se jogado pela janela.
Conforme o jornal argentino La Nación, Juliana afirmou à polícia que houve uma discussão entre Emmily e Valiente durante a noite.
Apesar da soltura, o magistrado determinou uma série de restrições ao suspeito. Ele não poderá deixar a Argentina e terá que se apresentar à Justiça a cada 15 dias, ainda que virtualmente. Também está proibido de se comunicar com testemunhas ou os pais da jovem, segundo os jornais Clarín e La Nación, que tiveram acesso à decisão de 79 páginas.
O juiz solicitou ainda que seja colhida uma série de novas provas. Entre elas está uma busca por drogas e material genético no apartamento do crime e também na casa de Emmily. Nos últimos dias, circulou a informação de que um exame toxicológico feito com seu sangue teria confirmado o uso da chamada cocaína rosa. O advogado que representa a família, contudo, nega essa informação e diz que o laudo ainda deve demorar para ficar pronto.
Os pais da baiana, que seguem em Buenos Aires, dizem acreditar que houve um assassinato e pretendem recorrer à Justiça para que o empresário volte a ser preso. A família e as amigas da jovem refutam a versão de suicídio.
Valiente inicialmente era investigado por homicídio. Após pedido da Promotoria, porém, a Justiça alterou os delitos imputados a ele para feminicídio (crime para o qual a Argentina prevê prisão perpétua), porte ilegal de arma (encontrada no apartamento com registro vencido) e fornecimento de entorpecentes, segundo o La Nación.