
Entre 15 e 17 norte-americanos, entre eles crianças e missionários, foram sequestrados neste sábado (16) por uma gangue criminosa na periferia de Porto Príncipe, no Haiti.
O grupo está nas mãos de um grupo armado que há meses realiza sequestros e roubos na região localizada entre a capital haitiana e a fronteira com a República Dominicana.
— O bem-estar e a segurança dos cidadãos americanos no exterior é uma das nossas principais prioridades no Departamento de Estado. Sabemos desta informação e não temos nada a acrescentar no momento — comentou um porta-voz do governo dos Estados Unidos.
Na manhã de sábado, a gangue denominada "400 mawozo" desviou vários carros que transitavam por estradas que controla e sequestrou os norte-americanos e cidadãos haitianos.
Os missionários e seus familiares voltavam de uma visita a um orfanato a cerca de 30 km de Porto Príncipe, disse à AFP uma fonte do serviço de segurança.
Para alguns membros dessa organização religiosa sediada em Ohio, EUA, esta era sua primeira viagem ao Haiti.
Em abril, 10 pessoas — incluindo 10 religiosos franceses — foram sequestradas por essa gangue na mesma região.
Libertado após 20 dias de cativeiro, o padre Michel Briand disse, na época, à AFP que o grupo estava "em um lugar ruim, em um momento ruim" e que quem os sequestrou não planejou isso.
As gangues armadas, que durante anos controlaram os distritos mais pobres da capital haitiana, ampliaram seu poder para Porto Príncipe e seus arredores, onde o número de sequestros extorsivos está aumentando.
Mais de 600 crimes deste tipo foram registrados nos primeiros três trimestres de 2021, contra 231 no mesmo período de 2020, segundo o Centro de Análise e Investigação em Direitos Humanos, com sede na capital haitiana.
Uma profunda crise política paralisa o desenvolvimento socioeconômico do Haiti há muitos anos.
O assassinato em 7 de julho do presidente Jovenel Moïse por parte de um comando armado em sua residência privada mergulhou ainda mais o país caribenho na incerteza.