Os Estados Unidos ampliaram as restrições de vistos para "pessoas que exploram a mão de obra cubana" por meio de "trabalho forçado", em particular os médicos no exterior, informou nesta terça-feira (25) o chefe da diplomacia, Marco Rubio.
O governo cubano vende serviços a outros países através das chamadas "missões internacionalistas", que incluem atividades médicas, que segundo analistas representam a principal fonte de entrada de divisas para a ilha.
"Cuba continua se beneficiando do trabalho forçado de seus trabalhadores", condena Rubio, um cubano-americano e ferrenho opositor ao governo cubano, em um comunicado do Departamento de Estado.
Os programas de exportação de mão de obra "enriquecem o regime cubano e, no caso das missões médicas de Cuba no exterior, privam os cubanos comuns do atendimento médico que precisam desesperadamente em seu país de origem", acrescenta.
Esta política de restrição de vistos se aplica a "funcionários atuais ou anteriores do governo cubano e a outras pessoas, incluindo funcionários de governos estrangeiros, que se acredita serem responsáveis ou estão envolvidos no programa", afirma a nota. Familiares diretos dos sancionados também são afetados.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, reagiu na rede social X acusando Rubio de colocar "sua agenda pessoal à frente dos interesses" dos Estados Unidos.
Washington inclui Cuba em sua lista de tráfico de pessoas porque a cada ano o governo envia dezenas de milhares de trabalhadores, principalmente pessoal médico, mas também professores, artistas, atletas, treinadores, engenheiros, técnicos florestais e marinheiros mercantes para todo o mundo, segundo um relatório anual de julho de 2024.
Havana rotula os trabalhadores que abandonam o programa sem completá-lo como "desertores" e os impede de retornar a Cuba por oito anos. Também considera que aqueles que não retornam em 24 meses "emigraram", perdendo seus direitos, acrescenta Washington no relatório.
* AFP