Intensos disparos de armas automáticas ressoaram na manhã deste domingo (5) no centro de Conacri, capital da Guiné. Diversas testemunhas relataram os ataques nas ruas da cidade, que foi tomada por vários soldados, à AFP. Ainda não há informações sobre a origem desta tensão na região, onde estão a sede da presidência, demais instituições do governo e os centros financeiros.
As autoridades do país da área ocidental da África ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido. Em entrevista por telefone à AFP, sob anonimato, moradores disseram ter visto vários soldados pedindo aos moradores que voltassem para suas casas.
Há meses, Guiné, um dos mais pobres do mundo, apesar de suas consideráveis reservas minerais e hidrológicas, sofre profundas crises políticas e econômicas, agravadas pela pandemia da covid-19.
Ocupação
As forças de elite da Guiné afirmaram neste domingo que "capturaram" o presidente Alpha Condé e "dissolveram" as instituições, em um vídeo enviado para um jornalista da AFP. O Ministério da Defesa, por sua vez, garante ter conseguido frustrar a tentativa de golpe.
"Decidimos, depois de prender o presidente, que atualmente está conosco (...), suprimir a Constituição em vigor, dissolver as instituições, e também o governo, assim como fechar fronteiras terrestres e aéreas", declarou um dos golpistas, em um comunicado publicado nas redes sociais, não transmitido em cadeia nacional.
Os golpistas, cuja procedência das imagens foi confirmada pelo repórter da AFP, transmitiram um vídeo do presidente preso. Ao ser questionado sobre se foi maltratado, Alpha Condé, de jeans e camisa, sentado em um sofá, nega-se a responder.
Em um comunicado, o Ministério da Defesa declarou que "os insurgentes espalharam o medo" em Conacri antes de tomarem o palácio presidencial, mas que "a guarda presidencial, apoiada por forças de defesa e segurança, leais e republicanos, contiveram a ameaça e repeliram o grupo agressor".