O general Ahmed Gaid Salah, poderoso comandante do Estado-Maior das Forças Armadas da Argélia, faleceu nesta segunda-feira aos 79 anos, vítima de uma crise cardíaca, anunciou a TV pública.
Ahmed Gaid Salah era a face conhecida das Forças Armadas, que exerceram de fato o poder desde a renúncia do presidente Abdelaziz Buteflika até a eleição de Abdelamdjid Tebboune como chefe de Estado em 12 de dezembro.
"O vice-ministro da Defesa, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, faleceu na manhã desta segunda-feira vítima de uma crise cardíaca", anunciou um locutor da televisão pública argelina ao ler um comunicado da presidência da República.
O presidente Tebboune decretou três dias de luto nacional e nomeou o general Said Chengriha, comandante do exército como chefe interino do Estado-Maior das Forças Armadas.
Nascido em 13 de janeiro de 1940, Ahmed Gaid Salah foi membro do Exército de Libertação Nacional (ANL) que lutou contra o colonialismo francês e, segundo sua biografia oficial, era um dos últimos representantes dos ex-combatentes da Guerra de Independência nas Forças Armadas.
Gaid Salah foi nomeado comandante do Estado-Maior em 2004 pelo presidente Buteflika e bateu o recorde de permanência no posto.
O militar obteve a renúncia de Buteflika em abril de 2019 para tentar acalmar o movimento ("Hirak") de protesto desencadeado pelo anúncio do presidente de buscar um quinto mandato.
Mas rapidamente o general Gaid Salah se tornou muito impopular entre os manifestantes que o acusavam de ser o fiador do "sistema" que governa a Argélia desde 1962 e que o "Hirak" deseja desmantelar.
O general Gaid Salah fez de tudo para assegurar a celebração das eleições presidenciais de dezembro para a escolha do sucessor de Buteflika, apesar da oposição obstinada do "Hirak", que considerava a votação uma manobra do "sistema" para sua regeneração.
A última aparição pública do general Gaid Salah aconteceu na quinta-feira passada, durante a cerimônia de posse de Tebboune como novo presidente argelino.
* AFP