A presença da Brigada Militar como responsável pela segurança interna do Presídio Central, em Porto Alegre, e da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, que já perdura há 22 anos, não tem perspectiva de terminar. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), pelo menos, não tem em seus planos a retomada da responsabilidade pelas duas casas prisionais, que exigiriam um acréscimo de 1.325 agentes penitenciários. E a razão é econômica.
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Mesmo que reportagem de Zero Hora desta semana tenha demonstrado que, a cada ano, a Susepe paga mensalmente cerca de R$ 1 milhão em diárias ininterruptas para os PMs designados à força-tarefa dos presídios, substituí-los, projeta a superintendência, custaria pelo menos R$ 5 milhões mensais. O cálculo não leva em conta o prejuízo de 1,5 mil policiais fora da segurança nas ruas.
A Susepe não se manifesta oficialmente sobre o assunto, por não considera-lo concreto. Há uma projeção técnica interna, porém, de que seriam necessários 925 novos agentes penitenciários para trabalharem no Presídio Central, e outros 400 para a PEJ.
As 700 vagas a serem preenchidas pelos aprovados no concurso realizado no último dia 9 serão destinadas, praticamente na sua totalidade, à abertura das duas unidades da Penitenciária Estadual de Canoas, que hoje opera apenas com um módulo.
Contas públicas
Susepe não planeja retomar a guarda do Presídio Central e da Penitenciária Estadual do Jacuí
Projeção é de que seriam necessários 1.325 novos agentes penitenciários para substituírem os policiais militares atualmente empregados na Operação Canarinho, criada 22 anos atrás
Eduardo Torres
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