O helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais que caiu no município de Ouro Preto pode ter colidido contra um paredão. Essa é a informação preliminar da corporação, divulgada durante coletiva de imprensa na manhã deste sábado (12), sobre o motivo da queda.
Ainda conforme os bombeiros, o problema deve ter ocorrido em razão da condição meteorológica adversa do momento, já que a manutenção da aeronave estava em dia. Havia neblina na ocasião.
— As aeronaves que fazem voo de segurança pública têm autorização para voar em condições mais severas do que as da aviação civil. E os nossos pilotos são plenamente capacitados. Inclusive, o comandante havia trabalhado na tragédia de Brumadinho — explicou 1° Tenente Henrique César Barcellos.
A aeronave estava desaparecida desde a tarde de sexta-feira (11), quando iniciou a busca por um avião agrícola do tipo monomotor que havia caído na região. Após atendimento da ocorrência, a equipe pousou no trevo de Ouro Preto e aguardava melhoria do tempo.
— Ao chegar lá (no trevo de Ouro Preto), a aeronave informou a condição de ausência de visibilidade e de segurança para o retorno. Essa foi a última informação que nós tivemos — detalhou Barcellos.
Após a perda de contato com o helicóptero chamado Arcanjo 04, aeronaves, cães farejadores e mais de 84 pessoas, entre bombeiros, policiais militares e a Força Aérea Brasileira, inciaram as buscas. O trabalho se concentrou nas coordenadas informadas pelo dispositivo de emergência do helicóptero. Após 12 horas de busca, os seis tripulantes foram encontrados sem vida junto aos destroços, em uma região de serra íngreme em Ouro Preto.
Em respeito às famílias das vítimas, a corporação divulgou apenas o nome dos tripulantes — sem os sobrenomes. A guarnição era composta pelo capitão e comandante Wilker, o tenente Victor, o sargento Wellerson, o sargento Gabriel, o médico Rodrigo e o enfermeiro Bruno.
Uma equipe segue no local para fazer a remoção dos corpos e o encaminhamento ao Instituto Médico Legal (IML). De acordo com Barcellos, há dificuldade no trabalho em razão do terreno íngreme e da necessidade de manter a segurança dos trabalhadores e de preservar os corpos às famílias.
Além do recolhimento, a Polícia Civil e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos realizam a perícia.
O primeiro acidente
Na tarde de sexta-feira (11), um avião agrícola, de prefixo PS-SLR, caiu na estrada de São Bartolomeu, em Ouro Preto. A queda provocou incêndio no local, e o piloto da aeronave morreu. Gaúcho de Vera Cruz, Adriano Machado estava auxiliando no combate aos incêndios da região.
Até as 16h de sexta, três viaturas e o helicóptero dos bombeiros trabalhavam no combate das chamas, quando, então, a aeronave com os seis tripulantes também caiu.