A prefeitura de Santa Maria avalia como "impossível" a possibilidade de subsidiar o custo com o transporte público – que gira em torno de R$ 70 milhões por ano – no município. A declaração foi dada a GaúchaZH pelo secretário de Mobilidade Urbana, João Ricardo Vargas, que afirma ser inviável na atual conjuntura econômica e financeira pela qual passa o município "colocar em pé tal situação".
Durante reunião do Conselho Municipal de Transportes (CMT), na última quinta-feira (10), que aprovou que o novo valor da passagem de ônibus passe dos atuais R$ 3,60 para R$ 3,93, o presidente do conselho, Edmilson Gabardo, cogitou a possibilidade de Santa Maria ter "tarifa zero".
Segundo ele, que também é dono de uma das empresas de ônibus da cidade, o valor seria diluído junto ao IPTU. Seria possível, por exemplo, fazer uma cobrança extra no imposto de R$ 70 mensais, exemplifica.
Do lado da prefeitura, a manifestação do empresário pegou a todos de surpresa. Até porque, segundo o secretário Vargas, "isso até então nunca tinha sido tratado, seja formal ou informalmente".
Ainda de acordo com o titular da pasta, a situação ainda implicaria "em renúncia fiscal" e uma eventual cobrança dos valores no IPTU, ainda que hipotética, seria uma medida a ser debatida "ampla e exaustivamente". Por tudo isso, Vargas avalia que esse tema não deve prosperar momentaneamente.
Enquanto o prefeito Jorge Pozzobom não assina o decreto regulamentando ou não o novo valor da tarifa do ônibus, o secretário Vargas afirma que a administração municipal irá fazer exigências — como melhorias nas paradas de ônibus e revisão dos horários das linhas do transporte.
Atualmente, as seis empresas de ônibus têm, juntas, 214 veículos e mais 18 ônibus reservas.