O grupo J&F, controlador da JBS, afirmou nesta segunda-feira (4), em nota, que a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de revisar o acordo de delação premiada dos executivos do grupo se deve a uma "interpretação precipitada dada ao material entregue" pela defesa. De acordo com o grupo, situação será "rapidamente esclarecida, assim que a gravação for melhor examinada".
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O comunicado destaca que a própria procuradoria informou que um dos novos áudios usados como justificativa para investigar o acordo "é composto de meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático".
"Ou seja, apenas cogitações de hipóteses – não houve uma palavra sequer a comprometer autoridades", complementa o comunicado da empresa.
A defesa da J&F finaliza a nota afirmando que "em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa comprometer o ato de boa fé dos colaboradores".
No início da noite desta segunda-feira (4), em coletiva de imprensa convocada às presas na sede da PGR, o procurador-geral da República afirmou que o órgão abriu investigação para apurar possível omissão de informação sobre prática de crimes no processo de negociação da delação da JBS.
Segundo Janot, se os indícios de irregularidades se confirmarem, o acordo de delação com os executivos da JBS poderá ser cancelado. No entanto, o procurador fez questão de destacar que uma eventual rescisão da colaboração não vai invalidar provas levantadas no processo.
Para justificar a investida contra os delatores, Janot citou os novos áudios apresentados pela JBS nos últimos dias. Segundo o procurador, os arquivos revelam diálogos entre dois colaboradores fazendo referências indevidas à PGR e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os novos áudios também citam indícios de que o ex-procurador Marcello Miller teria cometido irregularidades.
Leia o comunicado na íntegra:
A defesa dos executivos da J&F junto ao Ministério Público Federal informa que a interpretação precipitada dada ao material entregue pelos próprios executivos à Procuradoria-Geral da República será rapidamente esclarecida, assim que a gravação for melhor examinada.
Conforme declarou a própria PGR, em nota oficial, o diálogo em questão é composto de "meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático". Ou seja, apenas cogitações de hipóteses – não houve uma palavra sequer a comprometer autoridades.
É verdade que ao longo do processo de decisão que levou ao acordo de colaboração, diversos profissionais foram ouvidos – mas em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa comprometer o ato de boa-fé dos colaboradores.
*Zero Hora