
Ao longo da semana que vai determinar se a presidente Dilma Rousseff tem seu processo de impeachment encerrado ou se o caso segue para o Senado, Zero Hora ouve personalidades de fora da política, contra e a favor da saída da presidente. Confira o que o ex-árbitro Carlos Simon e o ex-jogador de futebol Tinga disseram:
Carlos Simon, ex-árbitro de futebol
"Sou totalmente contra. É preciso que haja a comprovação de que ela cometeu um crime, e isso não ocorre. Assisti a entrevista do ministro Marco Aurélio Mello no Roda Viva e ele foi muito claro. É verdade que o impeachment está na Constituição, mas dá para comparar com o futebol. A expulsão também está na regra, mas se a falta é para cartão amarelo o árbitro não pode dar o vermelho. Ele estará cometendo um delito se fizer isso. As pedaladas fiscais não são argumento suficiente para a deposição. Estou do lado de quem não quer vê-la sair. Dilma fez 54 milhões de votos e tem de cumprir o seu mandato até o fim. Ela tem legitimidade para exercer o poder. Claro que todos queremos os corruptos na cadeia e uma política transparente. Mas, do jeito que as coisas estão sendo colocadas, é golpe".
Tinga, ex-jogador de Grêmio e Inter
"Sou a favor da mudança se não está dando certo. Mas uma mudança legal. Se querem o bem do país, vão fazer dentro das normas legais. Falo como cidadão. São tantos escândalos que a coisa não pode permanecer como está. Se as escutas telefônicas foram legais ou não, não é o que importa. O que vale é o conteúdo. Mas não gosto de centralizar as coisas apenas no presidente. O que vai acontecer agora é importante também para que o brasileiro saiba em quem está votando em todos os níveis, desde o vereador até o deputado e senador. Tudo o que está acontecendo é responsabilidade deles. O brasileiro fica se preocupando com o treinador da Seleção Brasileira, que não vai mudar em nada a vida dele, e nem sabe quem poderá assumir caso a Dilma saia".
* Zero Hora