Buscas da Lava-Jato na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, encontraram documentos que apontam possíveis repasses da empresa para mais de 200 políticos de 18 partidos.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Blog do Fernando Rodrigues, com apuração de repórteres do UOL, que revelou o material apreendido pela Polícia Federal em 22 de fevereiro, na 23ª fase da Operação Lava-Jato, chamada de Acarajé. Os documentos foram liberados pela Justiça Federal de Curitiba.
Leia mais
Moro determina lista de sigilo sobre pagamentos
Extensão do trensurb e doleiro estão na mira da Lava-Jato
Teori determina que Moro envie investigações sobre Lula para o STF
No início da tarde, o juiz Sergio Moro decretou sigilo sobre a "superplanilha". Até então, as tabelas e planilhas nominais estavam acessíveis mediante senha de acesso fornecida pela Justiça.
As planilhas apresentam valores relacionados a nomes de políticos, alguns também identificados por apelidos. Apesar de a listagem apontar valores, autoridades da Lava-Jato ressaltam que isso não significa que haja alguma ilegalidade nos eventuais repasses, segundo o jornal Estado de S. Paulo. O motivo do controle em planilhas e de eventuais pagamentos está sendo apurado pela força-tarefa da Lava-Jato.
Na lista são citados parlamentares gaúchos como Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Frederico Antunes (PP), Adão Villaverde (PT), Maria do Rosário (PT), Gilmar Sossella (PDT) e Manuela D'Ávila (PC do B). Zero Hora entrou em contato com os citados para saber sobre eventuais doações que tenham recebido da empreiteira.
Os documentos foram apreendidos por equipes da PF em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana. Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do metrô do Rio.
Um dos textos refere-se, de forma cifrada, às regras internas de funcionamento do cartel de empreiteiras da Lava-Jato. O grupo é chamado de "Sport Club Unidos Venceremos".
O juiz federal Sergio Moro liberou na terça-feira o acesso ao material apreendido com outros alvos da Acarajé. São públicos os documentos apreendidos com Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, e com o doleiro Zwi Skornicki, entre outros.
OS POLÍTICOS DO RS
Ao divulgar os documentos, o blog também apresentou um índice de políticos – a grafia, muitas vezes errada, é a mesma usada nas planilhas. Na lista, constam 47 políticos gaúchos. Veja quem são e o que dizem sobre a citação:
Adão Villaverde (PT) – "Toda a minha contribuição de campanha está absolutamente legal e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Todas as contribuições que eu recebi estão registradas junto à Justiça Eleitoral. Não tive nenhuma relação clandestina com qualquer contribuição física ou jurídica. Está tudo absolutamente legal", declarou, em nota.
Adeli Sell (PT) – "Acho um método rebaixado de divulgar as coisas, eu recebi valores do Diretório Nacional relacionados a repasses da Braskem, a minha prestação de contas está toda registrada", disse.
Afonso Hamm (PP) – Em contato com a reportagem, o deputado disse estar absolutamente tranquilo e que o valor citado na lista é proveniente de uma doação da Braskem, da qual ele tem os recibos e está devidamente declarada nas contas da campanha de 2014. Hamm afirma não ter nenhum preocupação em relação ao assunto.
Ana Amélia Lemos (PP) – "Em relação à lista de doações da empresa Odebrecht, veiculada pela imprensa nesta quarta-feira, esclareço que doações oriundas da empresa Braskem, subsidiária desse grupo e com atuação conhecida no Rio Grande do Sul, foram feitas ao Diretório Nacional do Partido Progressista, o qual repassou para a minha conta de campanha ao Senado, em 2010, parte desses recursos, da seguinte forma: no dia 27/08/2010, o diretório nacional repassou valores doados por essa empresa ao diretório estadual para diversos candidatos. O diretório estadual, do volume total, depositou na minha conta de campanha, no mesmo dia, R$ 74.569,98, e no dia 29/09/2010, R$ 25.000,00; no dia 27/09/2010, o diretório nacional repassou o valor de R$ 99.888,63, direto na minha conta de campanha; essas doações totalizam valor próximo a R$ 200 mil, citados na referida lista, com os descontos de despesas bancárias.
As doações estão devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral com a prestação de contas aprovada, sem nenhuma ressalva, e constam no portal da transparência do Tribunal Superior Eleitoral. Faço esse necessário esclarecimento pois defendo a total transparência dos fatos. Reafirmo cada vez mais meu apoio às investigações em curso pela Polícia Federal e ao trabalho das instituições na Operação Lava-Jato".
Beto Albuquerque (PSB) – "Estou apurando os detalhes de data e circunstância da citação de meu nome como destinatário de doação de campanha pela Odebrechet. Seja como for, não há nenhuma novidade nisso! Já constaram em algumas prestações de contas eleitorais minhas e do meu partido a doação formal e devidamente declarada da Odebrechet e de outras empresas. Tudo devidamente declarado. Confio e apoio sem ressalvas o trabalho das instituições que apuram as graves denúncias de corrupção neste país certo de que irão distinguir e separar o legal do ilícito e a propina da corrupção da doação formal e legal de campanha. A generalização nestas circunstâncias só serve para premiar os verdadeiros criminosos. Que o juiz Sergio Moro siga firme em sua jornada e que o MPF, PF, STF e TSE cumpram suas missões constitucionais o mais rápido possível", disse, em nota.
Carlos Todeschini (PT) – "Todas as contribuições doadas às campanhas que concorri estão, rigorosamente, legais e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. Todas as contribuições recebidas estão registradas e aprovadas junto à Justiça Eleitoral."
Engenheiro Comasseto (PT) – "Recebi R$ 40 mil da Braskem, esta contribuição foi via diretório nacional do meu partido, e está registrada no TRE", afirmou.
Fábio Branco (PMDB) – "Todas as contribuições que recebi durante a campanha estão registradas na Justiça Eleitoral e foram aprovadas integralmente pelo Tribunal Regional Eleitoral, caracterizando-se por absoluta legalidade. Não recebi nenhuma contribuição que não esteja registrada, conforme exigia a legislação em vigor, tornando as minhas contas como plenamente legais".
Fernando Marroni (PT) – "Não recebi doações da citada empresa em quaisquer das campanhas em que fui candidato; é possível que doações destinadas a mim, pelo Diretório Nacional do PT, tenham origem em doações desta empresa, eis que a obrigatoriedade das agremiações partidárias informarem a origem dos recursos doados a seus filiados candidatos foi instituída apenas em 2014, após, portanto, várias campanhas eleitorais das quais participei; ainda que, eventualmente, recursos que nos foram doados pelo Diretório Nacional do PT tenham tido origem em contribuições realizadas pela citada empresa, não os consideramos como de natureza ilícita, porque a relação é estritamente estabelecida entre agremiação partidária e filiado, sendo incabida a criminalização de tais doações; todos os recursos recebidos pelas campanhas eleitorais das quais participei foram regularmente informados nas respectivas prestações de contas, que são públicas", afirmou, em nota.
Frederico Antunes (PP) – "Nas minhas campanhas, todas elas têm as declarações. Todas elas têm. É só olhar que tem as declarações. Nós temos repasses via partido, o partido muitas vezes repassou recursos pra auxiliar nas campanhas dos parlamentares ou até mesmo campanhas municipais, né. E aí são repasses do partido. Agora, se o partido recebeu e passou para candidatos, como é o meu caso, isso a gente tem a comprovação, tem na declaração. Tudo que nós recebemos foi declarado", afirmou, em contato com ZH.
Gilmar Sossella (PDT) – "Esclarece que todos os recursos recebidos em campanha constam em sua prestação de contas que foi aprovada pela Justiça Eleitoral", afirmou, em nota.
Gilmar Rinaldi (PT) – "Nunca foram realizadas agendas ou qualquer tipo de contato com agentes da Odebrecht por parte do comitê financeiro da campanha à Prefeitura. Todas as doações recebidas foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral e, as contas de campanha, aprovadas sem ressalvas. Desconhecemos, portanto, a origem da informação divulgada pela mídia nesta quarta-feira", afirmou, em nota.
Heitor Luiz Lermen (PT) – "Em relação à presença de meu nome, em lista divulgada na tarde desta quarta-feira pela imprensa, informo que trata-se de doação recebida da empresa Braskem (antiga Copesul, braço Petroquímico da Odebrecht, com atuação no Polo de Triunfo-RS), onde atuei profissionalmente por 17 anos, na eleição municipal de 2012, mediante recibo eleitoral, devidamente registrada na Prestação de Contas e aprovada pela Justiça Eleitoral, conforme previsto na legislação", afirma.
Heitor Schuch (PSB) – "Nós recebemos, na campanha de 2014, através da executiva nacional do PSB, R$ 50 mil. Descobrimos hoje que a empresa que repassou, a Cetrel, de ecologia ambiental, tem ligação com a Odebrecht. Essa é a surpresa para mim. Mas está tudo normal, tudo tranquilo, está no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A gente sabia que tinha ligação com a Braskem, mas não com a Odebrecht", justificou, em contato com ZH.
Helen Cabral (PT) – A reportagem não conseguiu contato com a ex-candidata à prefeitura de Santa Maria.
Jairo Jorge (PT) – "Na campanha para prefeito em 2012, recebemos contribuições de 41 pessoas físicas e jurídicas diferentes. A empresa Odebrecht, de forma legal, doou através do Diretório Nacional do PT o valor expresso na lista. Trata-se, portanto, de uma doação dentro da lei e devidamente registrada, cuja prestação de contas foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral. Todos os contribuintes, os valores e as devidas datas de doação podem ser acessados no site do TSE", afirma em nota.
João Bosco Vaz (PDT) –"Estou muito tranquilo em relação a isso porque nos demos conta agora de que eu realmente ganhei um dinheiro da Braskem, via diretório municipal do PDT, R$ 20 mil. E o PDT que passou para nós os cheques. Isso foi na campanha de 2012. Está aqui, foi declarado. Enquanto isso não for esclarecido, a minha candidatura para reeleição como vereador está suspensa. E, se isso não for esclarecido, desisto da campanha até que isso se esclareça. Sou homem público duas vezes, nunca cometi absolutamente nada."
João Carlos Nedel (PP) – "Esclareço que todas doações que recebi, para minha campanha, de diversos colaboradores, foram declaradas em minha prestação de contas e realizadas no período em que eram permitidas e legais. Lamento apenas que uma lista, incluindo os nomes de muitas pessoas sérias, que sempre trabalharam para fazer uma boa política, sem maiores esclarecimentos sobre seu conteúdo, esteja sendo colocada na mídia em meio a um cenário conturbado de nossa política, provocando pré-julgamentos sem base fática", informou em nota.
João Fischer (PP), o Fixinha – "Recebi duas doações da maior empresa em retorno de ICMS no Estado, a Braskem (cuja principal acionista é a Odebrecht). Essas doações somaram R$ 50 mil. Não há problema legal algum em receber doação de campanha de empresas. O problema é quem as recebe e não as declara. Minha prestação de campanha é pública e todos os valores foram declarados com transferência eletrônica e recibo eleitoral", disse, em nota.
José Fortunati (PDT) – Após afirmar que desconhecia a doação, o prefeito da Capital disse que o tesoureiro de sua campanha confirmou o recebimento de R$ 500 mil da construtora Odebrecht, valor que foi enviado pelo diretório nacional do PDT.
José Otávio Germano (PP) – "Não tem como dizer, porque não vi ainda esse material. Mas pode garantir que o meu cliente sempre me garantiu que todas as doações foram recebidas oficialmente e estão registradas no TSE", afirmou o advogado do deputado, Marcelo Bessa.
Jussara Cony (PCdoB) – "A vereadora Jussara Cony (PCdoB) afirma que todas as doações que recebeu, bem como suas prestações de conta, foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral desde quando concorreu pela primeira vez, em 1982. Além disso, a vereadora nunca solicitou recursos para campanhas eleitorais à Odebrecht. Jussara Cony afirma ainda que o vazamento de tal lista sem que tenha havido nenhum tipo de apuração é um grave atentado aos direitos individuais, uma ação que apenas contribui para dar continuidade ao processo de criminalização da política", disse, em nota.
Kevin Krieger (PP) – "Recebi repasses da Braskem em 2012 e 2014. Só estou verificando agora na prestação de contas os valores. Mas foram as duas doações de campanha que recebi. Essas doações são feitas para o partido a nível estadual e depois repassadas aos candidatos. Estamos aguardando um comunicado do partido a nível estadual para dizer certinho o valor", disse, em contato com ZH.
Leonardo Hoff (PP) – "Sou totalmente contra qualquer ato de corrupção, e sou a favor da Lava-Jato. Esclareço que não concorro a nenhum cargo público desde 2008 e que desde então não recebi qualquer tipo de doação pessoalmente ou de forma ilegal. Ainda estou em busca de mais informações, mas imagino que deva se tratar de doação partidária legal e oficial para campanha que apoiei do Partido Progressista", disse, em comunicado em sua página no Facebook.
Mano Changes (PP) – "A tabela que vi ali da Polícia Federal diz que recebi R$ 50 mil da Braskem, não foi da Odebrecht, tá? Não foram R$ 50 mil que recebi da Braskem, foram R$ 49,6 mil, que é o que está declarado na minha prestação de contas, da holding da Braskem, que é a Quantiq. Está tudo declarado na minha prestação de contas", disse o deputado, em contato com ZH.
Manuela D'Ávila (PCdoB) – "Todas as doações que recebi foram lícitas, todas as prestações de contas foram aprovadas. Entretanto, não recebi doação de nenhuma empresa do Grupo Odebrecht para a candidatura de 2012. Especulo - a partir da impressão que fiz das listas disponibilizadas para a imprensa - que a Odebrecht - munida das pesquisas de opinião - fez projeções de contribuições à minha candidatura a partir de meu favoritismo pré-eleitoral. Com a queda vertiginosa que tive nas pesquisas (fui derrotada no primeiro turno das eleições), tais doações não aconteceram", afirmou.
Marcelo Essvein (PDT) – "A doação que recebi foi legal. Fui candidato a prefeito de Triunfo em 2012, foi doação a nível de partido, e foi declarada. Recebida legalmente da Braskem. Não recordo o valor, mas garanto que foi declarado. Nunca tive contato com o pessoal da Odebrecht", afirmou.
Márcio Biolchi (PMDB) – "A coordenação da Campanha de 2014, de Márcio Biolchi, esclarece que dentre as receitas arrecadas nas eleições para a Câmara Federal houve doação de cinquenta mil reais da empresa Braskem. A doação ocorreu de forma lícita, transparente e devidamente registrada na prestação de contas do candidato, aprovada pela Justiça Eleitoral. A Coordenação também informa que o Deputado Federal licenciado está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos necessários e que os dados estão disponíveis no site do TSE", diz a nota.
Marco Alba (PMDB) – "Declaro publicamente o meu apoio incondicional à Polícia Federal, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e ao juiz Sergio Moro pela condução na Operação Lava-Jato. Com relação ao meu nome integrar a lista divulgada nesta manhã, onde constam doações feitas pela empresa Odebrecht, afirmo que jamais tive contato com representantes desta empresa. Constam na prestação de contas do PMDB Nacional (divulgadas através do site do Tribunal Superior Eleitoral) doações da referida empresa, feitas nos termos da lei. O Comitê Financeiro Único Municipal recebeu doações do PMDB Nacional e Estadual, que estão declaradas na prestação de contas da campanha de 2012, aprovadas pela Justiça Eleitoral".
Marco Maia (PT) – "Parece-me uma grande irresponsabilidade a divulgação de listas com nomes sem o devido cuidado de analisar a veracidade e a legalidade das mesmas. A planilha apresentada, na qual aparece meu nome, refere-se às eleições municipais de 2012. As contribuições de empresas para partidos e candidatos – prefeito e vereador – naquele pleito eram absolutamente legais. Nestas condições solicitei contribuições para os candidatos do meu partido, que quando feitas, o foram estritamente dentro da lei e devidamente informadas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Hoje podemos comemorar o fato de que não mais existe a possibilidade de contribuições empresarias às campanhas eleitorais, o que contou com meu voto na Câmara Federal. Uma conquista da Democracia e da Cidadania", diz a nota.
Marcos Daneluz (PT) – "Nós jamais recebemos dinheiro da Odebrecht na minha campanha a prefeito. Todas as minhas doações constam na nossa prestação de contas, que foi aprovada pela Justiça Eleitoral. Recebemos, sim, recursos do diretório nacional. Desses recursos do diretório, nós não sabemos a origem. Em nenhum outro momento, na campanha e na minha trajetória política, jamais tivemos algum contato da Odebrecht", afirma em nota.
Maria do Rosário (PT) – "A respeito da divulgação da lista de doações da empresa Odebrecht para campanhas eleitorais divulgada nesta manhã, venho a público esclarecer a referência ao meu nome. A planilha cita "indicações Maria do Rosário – CAM Porto Alegre". Trata-se de uma doação legal, feita em 2012, a qual indiquei, ao PT Nacional, à então candidata a vereadora de Porto Alegre Ariane Leitão. A prestação de contas da candidata demonstra o devido registro ao TRE em 19 de setembro daquele ano", declarou, também em nota.
Mauro Poeta (PMDB) – "Não recebi verba da Odebrecht, mas da Braskem. Tenho CNPJ, doação registrada no TSE, de R$ 50 mil para a coligação Para Fazer a Diferença. Foi para campanha para prefeitura de Triunfo em 2012. Em 21/8/2012 a coligação recebeu R$ 25 mil, comprovado no recibo eleitoral 150489435R5000005, e outra doação de R$ 25 mil, recibo eleitoral 17/9/2012, 150489435R5000008", disse.
Mauro Zacher (PDT) – "A doação realizada, através da subsidiária Braskem/SA, foi feita diretamente aos Comitês Financeiros do PDT nas eleições 2012, estando devidamente registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Dos comitês financeiros, os valores de doações foram repassados para a campanha do vereador. Mauro Zacher afirma que suas ações são pautadas sempre pela transparência e pela ética, e que todas as contas de campanha foram aprovadas pelo TRE", disse, em nota.
Nelson Marchezan Jr (PSDB) – "Todos aqueles políticos que receberam doações de empresas constam na lista dessas empresas. No meu caso, em 2012, eu não fui candidato, mas era presidente do PSDB estadual. O PSDB estadual recebeu R$ 477 mil do PSDB nacional. Só que, em 2012, a lei não determinava o detalhamento em relação ao que vinha do diretório nacional. Então não tinha como saber. Em 2014, aí sim, a minha campanha recebeu R$ 200 mil do PSDB nacional. Sendo que R$ 100 mil desses foram da Odebrecht (a lei estabeleceu o detalhamento). Os dados estão registrados no site do TSE."
Osmar Terra (PMDB) – "O valor que consta nas planilhas apreendidas é compatível com a minha declaração na Justiça Eleitoral. A doação foi via PMDB e, por isso, a pequena diferença na declaração já que o partido fica com 5%. O importante é reafirmar que existem doações legítimas de campanha, que foi o meu caso. As doações privadas sempre foram uma anomalia do processo eleitoral. Felizmente teremos eleições sem doações privadas já no próximo pleito, decisão que contou inclusive com meu voto", diz a nota.
Otomar Vivian (PP) – "Estou absolutamente indignado com essa veiculação do meu nome. Estou tomando todas as providências legais, para ir às últimas consequências, doa a quem doer, porque, em primeiro lugar, nunca recebi um centavo da Odebrecht. Tanto é verdade que, na minha campanha para prefeito, as únicas empresas que fizeram doações foram empresas locais. Já consultei advogados para saber a origem dessa notícia. Fiquei sabendo por jornalistas. Nem conheço essas pessoas, nunca tive nenhum contato. Desde a campanha da Senadora Ana Amélia, sou tesoureiro do partido, e continuo como tesoureiro. E naturalmente, sou a referência de quando existe qualquer movimentação financeira que envolva o Partido Progressista aqui no Rio Grande do Sul. Mas, pessoalmente, não conheço essas pessoas", afirmou, em contato com ZH.
Pablo Mendes Ribeiro (PMDB) – "O vereador Mendes Ribeiro esclarece que todos os valores recebidos na sua campanha foram devidamente declarados e aprovados pelo Tribunal Eleitoral, rigorosamente dentro da lei. Diversas empresas fazem a opção de doar ao partido, para que esse repasse os valores aos candidatos, ao invés de realizar esta doação diretamente. Na eleição de 2012, o maior volume de doações à campanha do vereador originou-se do PMDB. A prestação de contas está disponível no site do TSE. O vereador permanece à disposição para qualquer esclarecimento".
Paulo Azeredo (PDT) – "Nunca contatei ninguém da Odebrecht. O que estão fazendo é safadeza. Em 2012, legalmente, várias empresas me ajudaram a captar recursos. A Braskem deve ter dado dinheiro para a minha campanha. Se recebi algum recurso é da Braskem e não da Odebrecht. Não sei quanto foi, mas se veio foi dentro da legalidade".
Renato Molling (PP) – "O deputado Renato Molling declara que as doações recebidas para sua campanha em 2014 constam aprovadas na declaração do site oficial do Tribunal Regional Eleitoral. O deputado recebeu uma doação do grupo Odebrecht, por meio da empresa Braskem. Todas as doações são legais e devidamente declaradas", disse, em nota. "Até a recente e acertada decisão do STF de proibir o financiamento privado, praticamente 100% das campanhas eleitorais eram financiadas por empresas. Essa contribuição ocorreu ao Diretório Nacional do partido, que repassou o valor ao Diretório Municipal. Portanto, trata-se de uma contribuição legal, devidamente contabilizada na prestação de contas e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral", afirmou, em nota.
Ronaldo Zulke (PT) – "Todas as informações de contribuições, pessoa física e jurídica, são públicas. Estão no site do TSE. Todas as minhas contas foram aprovadas. Não tenho presente aqui a minha prestação, é provável que eu tenha recebido (da Odebrecht), mas tudo está devidamente declarado", afirmou à reportagem.
Sérgio Zambiasi (PTB) – "Minha última eleição foi em 2002. Não tive nenhum protagonismo nas últimas cinco eleições e estou sem mandato há cinco anos. Não sei por que apareço na lista, portanto", disse à reportagem.
Tarcísio Zimmermann (PT) – "Até a recente e acertada decisão do STF de proibir o financiamento privado, praticamente 100% das campanhas eleitorais eram financiadas por empresas. Essa contribuição ocorreu ao Diretório Nacional do partido, que repassou o valor ao Diretório Municipal. Portanto, trata-se de uma contribuição legal, devidamente contabilizada na prestação de contas e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral", afirmou, em nota.
Tarsila Crusius (PSDB) – "Prestação de contas de minha campanha 2012 (site TSE) apresenta todas as doações eleitorais que recebi de pessoas físicas e jurídicas. Todas as doações que recebi foram declaradas e legais. Faz parte do estar na política esclarecer situações e ser transparente. Que não reste nenhum mal-entendido, principalmente em momentos como este, em que interessa aos que estão devendo puxar para a vala comum os que agem de maneira ética e legal", diz.
Tarso Genro (PT) – "Todas as contribuições dadas às campanhas em que concorri foram legais, declaradas, e as contas aprovadas pelo TRE. Sem exceção. Está sendo feita de forma deliberada a confusão para minimizar a evidência de contribuições ilegais a políticos, vestais do 'impeachment'", afirmou o ex-governador, no Twitter.
Toni Proença (PPL) – "Recebi da Braskem através de um depósito na conta da minha campanha. Era essa a regra do jogo. Foi uma contribuição de R$ 40 mil. Eu prestei contas como pedia a Lei na época. Não tenho nenhum problema. Aliás, acho que é uma imensa irresponsabilidade a divulgação desta lista agora. É só para tumultuar ainda mais o país".
Wambert Di Lorenzo (Pros) – Por meio de sua conta pessoal no Twitter, o ex-candidato à prefeitura de Porto Alegre pelo PSDB justificou: "Minha campanha para prefeito recebeu doações da Braskem devidamente registradas nas prestações de contas". Hoje ele é filiado ao Pros.