
Reunido em frente à sede da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), um grupo de profissionais da advocacia e militantes ligados a partidos políticos da base do governo promoveu um protesto na tarde desta segunda-feira. A manifestação do movimento que se denomina Advogados e Advogadas pela Legalidade Democrática foi contra a decisão da entidade de protocolar um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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Com gritos de ordem como "não vai ter golpe, vai ter luta" e "a verdade é dura, a OAB apoiou a Ditadura", os manifestantes se concentraram por cerca de uma hora e meia no local e se revezaram em discursos contra o comando nacional da OAB. Após as manifestações, foi entregue à direção da entidade uma petição assinada por advogados contrários ao impeachment.
– A nossa manifestação é heterogênea, conta inclusive com conselheiros da Ordem que não concordam com a postura da direção e não se sentem representadas por essa atitude. A OAB se transformou em prestadora de serviços do golpismo. Ela foi além, inclusive, do pedido original, incluindo argumentos que não constavam – afirma o ex-conselheiro da OAB Mário Madureira.
As críticas também foram direcionadas ao presidente da OAB nacional, o gaúcho Claudio Lamachia. Segundo advogados do movimento, ele teria intenções políticas com o gesto de protocolar o novo pedido de impeachment da presidente. O vice-presidente da OAB-RS, Luiz Eduardo Pellizzer, que recebeu o documento dos manifestantes, lembrou que a decisão de apoiar o afastamento de Dilma foi tomada "em colegiado".
– Essa decisão, tomada por ampla maioria, num princípio democrático, a minoria tem de aceitar. O que se viu aqui foi o direito das pessoas de protestar. Pessoas inconformadas, talvez vinculadas a partidos políticos, pretendem contaminar as decisões independentes da Ordem. A OAB não se move por coloração partidária. O partido da Ordem é a Constituição e a nossa filosofia é a defesa da advocacia.