
O sol que brilhou nesta terça-feira em Santa Maria trouxe sentimentos diferentes às famílias atingidas pela chuva. Os moradores carregavam o alívio de poder limpar a casa, mas estavam em alerta: o medo de que um novo temporal atinja a região preocupa quem ainda nem se recuperou da última enxurrada.
Sartori assina decreto de emergência coletivo para agilizar socorro a atingidos pela chuva
E a previsão não é nada animadora. Pelo menos três institutos meteorológicos estimam mais cerca de 100mm de chuva para Santa Maria entre a quarta e a sexta-feira. Diante dessa previsão, os órgãos competentes também estão em alerta.
O pátio da casa de Pâmela Gabriela dos Santos, 20 anos, na Vila Lorenzi, ficou tomado de barro e esgoto com chuvarada. Ela e os pais preferiram não deixar o local e se revezam na limpeza e na lavagem das roupas que sobraram.
_ Se chove de novo, não sabemos o que fazer e não temos para onde ir. Não queremos sair, com medo de que levem o pouco que restou _ lamenta Pâmela.
Saiba como ajudar as famílias que foram atingidas pela chuva em Santa Maria e região
O medo da jovem é compartilhado pelas famílias da Rua José Tavares, no bairro Passo das Tropas. Nesta terça-feira, a dona de casa Vânia Rocha, 49 anos, separava as roupas que conseguiu salvar. Ela, junto com quatro filhos e o genro, abandonou a casa em que viviam. Depois da tormenta, a família está dividida. Vânia e três filhos estão em uma peça próxima ao local, onde ela já havia começado uma construção, mas que sofre com as goteiras. A filha e o genro estão na moradia de um sobrinho, que será o destino do restante da família se as previsões de mais chuva se confirmarem.
_ A gente fica ouvindo as previsões, e o medo aumenta. Aqui não podemos continuar, porque é perigoso _ afirma Vânia.
Na mesma rua, a dona de casa Franciele de Oliveira Chaves, 24 anos, só voltou para casa nets terça-feira. E o medo de uma nova chuva também a preocupa:
_ Tenho medo de ficar aqui e acontecer algo com as crianças.
A possibilidade de mais uma enxurrada fez o açougueiro Paulo Antonio de Lima, 49 anos, morador da rua Felisbina Costa, no bairro Campestre do Menino Deus, erguer os poucos móveis que restaram.
A geladeira foi um dos itens que a família conseguiu salvar. Mas diversos alimentos foram fora, por isso, a nova leva de comidas já está armazenada no alto de mesas.
_ Estamos nos preparando para não perder tudo de novo. O que mais podemos fazer? Se a chuva apertar, vamos sair. Não temos como ficar _ afirma Lima.