A Libéria comemorou nesta quinta-feira a declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o fim da transmissão do vírus Ebola no país, após um primeiro anúncio similar feito há quatro meses.
"A OMS declara o fim da transmissão do vírus Ebola na Libéria" já que 42 dias - duas vezes a duração máxima de incubação - se passaram depois que o último caso confirmado no país tenha dado dois testes negativos, informou a organização em comunicado.
"A Libéria entra agora num período de alta vigilância de 90 dias", acrescentou a OMS, saudando "uma vigilância consistente e uma resposta rápida do governo e seus parceiros".
A Libéria já havia sido oficialmente declarada isenta da epidemia em 9 de maio, mas o vírus reapareceu no final de junho - provavelmente após uma relação sexual com um sobrevivente do Ebola, segundo os especialistas - contaminando seis pessoas, das quais duas morreram.
No rádio e na televisão, os jornais anunciaram a novidade - recebida com cautela em Monróvia, capital caótica de um milhão de habitantes deste pequeno país, o mais atingido pelo vírus, com quase 5 mil mortes em mais de 10.600 casos.
"Estou feliz, muito feliz, de ouvir esta notícia da OMS, mas não é a primeira vez. Então estou feliz, mas também preocupada", contou à AFP Mary Grants, de 56 anos.
"Estou preocupada porque os especialistas nos disseram que sempre pode haver um reaparecimento do vírus, mesmo que não seja como a primeira vez", explicou.
Um estudante, Peter Pailey, se disse aliviado de poder voltar às aulas sem medo, após um ano perdido pelo vírus.
"Nós não podíamos entrar nas salas", lembrou. "Agora que a Libéria foi declarada novamente libre do Ebola, isso me permite retornar às aulas para aprender", comemorou.
Após um franco declínio de casos desde o início do ano nos três países, a epidemia voltou a aparecer na Guiné e em Serra Leoa em maio, e perdeu intensidade no final de julho.
A epidemia de Ebola no oeste da África - a mais grave desde a descoberta do vírus na África Central em 1976 - começou em dezembro de 2013 no sul da Guiné. Ela deixou mais de 11.300 mortos para cerca de 28 mil casos, um balanço subestimado segundo a própria OMS.
Mais de 99% das vítimas se concentram nestes três países vizinhos.
* AFP