Naser Oric, ex-comandante muçulmano das forças de Srebrenica durante a guerra de Bósnia (1991-1995), e um de seus homens, foram acusados nesta quinta-feira por crimes de guerra pela promotoria bósnia em Sarajevo.
Naser Oric e Sabahudin Muhic são acusados de assassinato de três prisioneiros de guerra sérvios no leste da Bósnia em 1992. Os dois responderão por "crimes de guerra contra prisioneiros", informou a promotoria.
Oric, de 48 anos, foi detido no início de junho na Suíça com uma ordem de prisão internacional emitida no ano passado pela Sérvia. Logo depois, ele foi extraditado para a Bósnia.
De acordo com a rádio nacional, em sua chegada em Sarajevo, ele foi interrogado por um promotor e posto em liberdade por um juiz que estabeleceu medidas que restringisse seu direito de ir e vir.
Em 2006, o Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex- Iugoslávia condenou em primeira instância o ex-comandante muçulmano a dois anos de prisão por crimes de guerra, mas ele foi absolvido depois de recorrer da decisão.
Os juízes concederam importantes atenuantes a esse militar inexperiente, designado comandante aos 25 anos, e insistiram nas difíceis condições de vida de milhares de muçulmanos refugiados em Srebrenica após o início da ofensiva sérvia, em 1992.
A detenção de Oric na Suíça provocou indignação dos políticos muçulmanos na Bósnia e das associações de famílias de vítimas do massacre de Srebrenica.
Cerca de 8.000 homens e jovens muçulmanos morreram assassinados pelas forças servo-bósnias pouco antes do fim da guerra da Bósnia, o conflito mais violento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A justiça internacional classifica o massacre de genocídio.
* AFP